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Artigos / Luiz Fernando Fernandes

25/08/2020 | 09:40

Filosofia e mídia social

Vivemos num mundo e num momento que tudo tem que fazer um enorme sentido. A vida tem que ter uma explicação lógica e no final nos tornamos econômicos no pensar e no agir.

São as inúmeras postagens da hora, as selfies, as lembranças, tudo tem que estar certinho, só alegria.

Não interagimos mais com as nossas falhas e desamores, as redes só aceitam o bom e o belo. A vida aos poucos está perdendo a poesia.

O depressivo da hora pode ser aquele que produziu o stories do momento e por aí vamos nós seguindo e desseguindo este e aquele. Pobres criaturas que estamos nos tornando, escravos de nossa vaidade, vassalos do nosso ego, devotos de um universo de mentiras.

A pergunta que não quer calar é: Até quando?

Até quando vamos suportar esse modelo que nos confinou a esta bolha onde apenas o bem e o belo encontram morada. Daqui a pouco isso explode e vamos nos tornar órfãos de nossas emoções, seres vagantes sem era e nem beira, perdidos num mundo que não permite a emoção verdadeira e a foto sem filtro.

Vou compartilhar com você um de meus escritos mais recentes, vamos filosofar.  

Às vezes você lê um texto e chora.

Às vezes ao escrever desmorona e se demora mais ainda para se reencontrar entre lágrimas e sentimentos difusos e confusos.

Lá no fundo o grito da alma, homem não chora, não implora.

O que faz você crer em sandices?

Onde está seu desejo de menino?

Onde está?

Onde está?

É como aquela dor de cabeça no final da tarde, quando nada a não ser a escuridão da noite que não chega e o silêncio que não vem podem combater.

Combater o bom combate.

Desertar da guerra incerta.

Amadurecer para a vida que se desvanece.

Sopro fugaz que garante o nada e o tudo ao mesmo tempo.

Olho o horizonte e nada vejo além de mim mesmo a procurar um arco-íris de papel.

Não são as cores e tão pouco as formas que me levam a pensar, elucubrar, sentar-se e sentir.

São meus pensamentos que me levam, que me lavam.

E o bom nisso tudo é poder apenas filosofar.

Sem rima, sem métrica, sem sentido algum.

Apenas palavras ecoando e me fazendo escoar por entre os dedos do tempo.

Tempo que não tenho.

Ter que não quero.

Querer que não penso.

Pensamento que não cessa...

Esqueça.

Vamos apenas amar.

Feche os olhos, pegue na minha mão e vamos.

Para onde não sei, apenas vamos, seguindo em frente e sempre.

Eu e você.

Apenas nós.  

E saibas, que homem chora sim.  

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