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02/04/2021 | 14:50 - Atualizado: 02/04/2021 | 14:52

Semelhanças entre a vacina da COVID-19 e o Concreto

A pandemia do NOVO CORONAVÍRUS tem causado medo e mortes em todo o mundo. Uma doença que espanta pela rapidez de contaminação e pelos elevados índices de mortalidade. 
O cenário pandêmico é semelhante ao que já aconteceu em outros momentos da humanidade, como é o caso dos vírus da Gripe Espanhola (50 milhões de mortes) e da Varíola (300 milhões de mortes).

Um diferencial, positivo, na COVID-19 foi o célere prazo de desenvolvimento das vacinas, sim, no plural, várias em todo o mundo, algumas já aprovadas pelas agências sanitárias e outras nas etapas de testes, inclusive algumas com tecnologia brasileira.

O papel das instituições de pesquisa é fundamental e está presente na vida de todas as pessoas, mesmo que neguem ou desconheçam. A geração atual vive melhor e mais do que qualquer outra geração anterior.

As pessoas usam diariamente a eletricidade, descoberta pelo homem e aperfeiçoada devido aos conhecimentos de química e física. Incoerentemente, essas mesmas pessoas ligam seus computadores e smartphones para buscar e disseminar informações que negam a mesma ciência que é tão presente em suas vidas.

Na engenharia civil é possível falar sobre a evolução da ciência com as construções de obras emblemáticas, as Pirâmides do Egito, que foram construídas com pedras de origem calcária, e o moderno Edifício Burj Khalifa, em Dubai, classificado como o prédio mais alto do mundo inteiro, com quase um quilômetro de altura (828 metros e 160 andares) e tem como componente básico o concreto, que por sua vez tem como principal componente o cimento, este constituído majoritariamente de calcário, o mesmo calcário das Pirâmides.

A capacidade projetar e construir evoluiu, mas a base do material continua sendo a mesma.

No início da década de 90 as construções eram projetadas com concreto de 25 MPa. Se essa mesma construção fosse realizada uma década depois já seria possível utilizar com facilidade um concreto de 50 MPa e com isso retirar um pilar a cada dois, gerando economia e preservando os recursos naturais. Em 2021 já é possível produzir concreto de 90 MPa.

O desenvolvimento da tecnologia que permitiu essa evolução na resistência do concreto veio da academia, destaque ao Professor Paulo Helene da USP que é referência mundial no assunto, mas também de cada professor pesquisador que desenvolveu uma etapa com seu aluno: o que estudou as propriedades da areia, da brita, do componente que pode ser misturado ao cimento e a cada resultado de pesquisa publicado em artigo científico que foi oriundo de um TCC de Graduação, Dissertação de Mestrado ou Tese de Doutorado realizado, que após publicado e lido por outro pesquisador, realiza novos testes, até que isso vira uma prática, uma melhoria na norma da ABNT e assim que a ciência chega na vida da população.

A iniciativa privada gera trabalho, renda e desenvolvimento para a nação, e as pesquisas realizadas nas instituições públicas de ensino são um dos meios que o governo pode e deve ajudar neste desenvolvimento. É um investimento contínuo, pois é da academia que surgem as patentes, os novos materiais e procedimentos que tornam possível os avanços na ciência e na economia, seja no desenvolvimento de Vacinas ou de Concretos de Alto Desempenho.
 
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