Caio Dias
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 34 milhões de crianças no mundo possuem deficiência auditiva em algum grau. Os dados também mostram que 3 a 4 mil bebês já nascem com algum tipo de problema auditivo. Por isso, o Dia Nacional da Infância, alerta sobre colocar a infância como prioridade, principalmente em relação à saúde e ao desenvolvimento.
Sobre esse e outros assuntos relacionados a nossa convidada é a fonoaudióloga Thaylla Alices.
A surdez é o mal do século, todos estão sujeitos a isso?
“Eu acredito que está aumentando muito mais do que as pessoas imaginam, eu falo que um dia vai ter loja de aparelho auditivo igual tem de ótica, porque está aumentando muito a exposição sonora, aumento do consumo de remédios que da a perda auditiva chamada de ototoquicidade, que até o uso exagerado do Ibuprofeno, paracetamol já causa perda auditiva”. Declarou a fonoaudióloga.
O fone de ouvido pode se transformar no grande vilão?
“Não necessariamente, a questão do fone de ouvido tem duas questões; A primeira que você está exacerbando seu ouvido então ele fica ali trabalhando, comparado por exemplo, ao trabalho de indústria que fica exposto a ruídos de máquinas, a diferença é que com o fone de ouvido, você está com o som direto no seu ouvido e ele trabalha além da conta. Existe também o volume que colocam muito alto, porque além de estar trabalhando muito colocam o som nas alturas e a terceira que é a higienização, onde coloca a mão suja dentro do ouvido, compartilha fone e tudo isso pode ajudar a dar infecção, fungos e etc”. Declarou a fonoaudióloga.
Qual a orientação para quem está em casa?
“Se possível, comprar o fone de ouvido grande, chamado de auriculares que dá um pouco menos pressão no ouvido, não colocar muito alto e sim em um volume médio e que não fique exposto por muito tempo, não pode ficar mais que 8h por dia com o fone de ouvido, porque tem muita gente que passa o dia inteiro com fone de ouvido. O ideal é que as pessoas não utilizem acima de 4 horas o fone de ouvido, que fosse algo rápido e não o tempo todo”. Declarou a fonoaudióloga.
Existe alguma comprovação do coronavirus com a audição?
“Não existe uma comprovação, mas existem estudos que já indicam que pessoas que tiveram o covid, tiveram perda auditiva leve, porque as células que ficam dentro da cóclea, são muito sensíveis, onde até bebezinhos que nascem prematuros e ficam na uti, tem que ser controlado até os remédios, muitas vezes ele já sai com o processo de perda auditiva. E já tem estudos nessa área, que demonstram que algumas pessoas que tiveram covid mesmo assintomático, perderam de forma leve a audição”. Declarou a fonoaudióloga.
Quando é o momento de pedir ajuda profissional?
“O quanto antes, assim que detectar um sintoma não esperar piorar, o problema é que a maioria dos pacientes só procuram ajuda profissional, quando ele já não escuta mais nada”. Declarou a fonoaudióloga.
Como eu sei que estou perdendo audição?
“Tem os sintomas que são muito claros, principalmente aquela pessoa que pede para repetir durante uma conversa, e não tem nenhum ruído entre a conversa. Mas tem que observar se a lesão é falta de atenção também, mas tem o exemplo em que todas as pessoas da sala estão assistindo tv e escutando em um determinado volume, mas para ela tem que ser o dobro desse volume, isso pode ser um sintoma e ela pode precisar de um esforço maior para compreender as palavras”. Declarou a fonoaudióloga.
E o zumbido no ouvido o que acontece?
“Ele pode ocorrer tanto com perda auditiva, mas também com condições normais. Porque o zumbido já é uma incógnita, e existe muita pesquisa para o zumbido, mas não tem uma regra porque tem pessoas com audição normal e tem zumbido, mas tem também tratamento para o zumbido, ele é muito investigativo, porque ele pode chegar com excesso de coisas não saudáveis a saúde, stress ou muitas vezes vem de perda pré auditiva também”. Finalizou a fonoaudióloga.