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Entrevistas

21/05/2020 | 18:36 - Atualizada em 21/05/2020 | 18:50

Precisamos de um reaquecimento da economia brasileira para que volte aos patamares praticados no último semestre

Caio Dias

O fenômeno da pandemia do coronavirus, afetou todos os setores comerciais do Brasil e do mundo, e dentre elas a pecuária também foi afetada com uma queda na compra das carnes, de forma nacional e internacional, mas gradativamente a indústria pecuária começa a visualizar a retomada das vendas e principalmente das exportações. 

Por isso a Sra. Daniella Bueno, diretora executiva da Associação dos Criadores de Mato Grosso, a ACRIMAT vai comentar um pouco sobre a situação e como a pandemia do COVID19, afetou este importante setor:
“Na verdade, afetou como um todo o país. A pecuária é totalmente dependente da economia do país, abatemos hoje no estado de Mato Grosso aproximadamente 5 milhões de cabeça ano, e 75% fica no mercado interno, apenas 25% é exportado para fora do pais, então com esse aumento do desemprego, retração da economia e é natural que haja o redução do consumo de carne vermelha, especificamente. A população quando tem um menor potencial econômico ela migra para outras proteínas, como o frango, ovo e até mesmo deixa de comprar.” Disse a diretora 

E para conseguir a retomada principalmente com a exportação, será que esses 75% de carnes que ficam para o país e os 25% que vão para o mercado internacional não sofreria uma inversão?

“Estamos em ascendência na exportação, na verdade o que vem mantendo o setor aquecido, nos últimos 3 meses principalmente dentro da pandemia, é exatamente a exportação. A China e Hong Kong, voltaram a ter o consumo normalizado e isso aumentou consideravelmente as nossas exportações e isso que vem estabilizando ainda o valor do arroba para o pecuarista nos patamares ainda aceitáveis, porque como ainda temos o pasto e praticamente todo nosso gado é criado a pasto, o produtor ainda consegue segurar o gado e quem tem pasto, está segurando e ofertando para as industrias apenas o necessário, e quanto mais demanda tiver menor é o valor da arroba e ai não cobre os custos da criação.” Disse Daniela.

E antes da pandemia, o setor andava em alta no final do ano de 2019, principalmente pela grande demanda de exportações que fizeram para a China. E como era antes dessa alta:

“Na verdade, estávamos no auge no final do segundo semestre principalmente o estado de Mato Grosso. Até julho do ano passado, tínhamos apenas 1 frigorifico habilitado para exportar para China, mas em julho do ano passado aumentou para 7 frigoríficos e assim houve um aumento vertiginoso no numero de exportação do estado e consequentemente no preço da arroba onde tínhamos praticamente 5 anos de valores da arroba estagnados mas nos últimos2 a 3 meses de 2019 ocorreu uma valorização significativa em virtude das exportações à China, e perdurou assim até final de janeiro e dai teve o ano novo chinês e paralisaram as compras, coincidindo com início da pandemia onde praticamente todos os países importadores, colocando problemas de recepção de containers em vários portos do mundo, então houve uma parada para o momento nos países importadores e agora começamos a retomar.”  Comentou a diretora da ACRIMAT.

E agora como está a retomada dos trabalhos após os decretos estaduais e municipais, permitindo que as indústrias retornem. Os frigoríficos estão retomando gradativamente os trabalhos? 

“Sim, eles estão trabalhando. Temos hoje no país uma situação ainda confortável em relação ao COVID-19 em comparação ao Estados Unidos que tiveram mais de 40 plantas paralisadas, em virtude dos focos de coronavirus dentro das indústrias, onde essa não é a nossa realidade, pois tivemos pequenos pontos de focos de COVID19 dentro das indústrias, até porque elas são extremamente capacitadas, e já trabalham no formato de bio-seguridade melhor do que vários países e por isso temos vários mercados abertos para o Brasil. Mas até duas semanas atrás 6 frigoríficos estavam paralisados, chegamos a ter 10 frigoríficos parados, e não era em virtude do foco do coronavirus mas era justamente em virtude da diminuição da demanda. A carne é um produto perecível e não adiantava nada continuar abatendo em patamares normais, se não havia consumo normalizado, então o próprio mercado está se regulando.” Disse a diretora

E pensando em um mundo pós pandemia, o setor da pecuária começa a olhar para o novo futuro:

“Nossa expectativa é que se volte a normalidade, porque o gado já preparando para esse ano, pois ele não nasceu na pandemia, ele já tinha nascido, e hoje está sendo criado, e em virtude do grande numero de abates de fêmeas no ano passado, esse ano temos um numero pequeno de bezerros e garrotes, o que também vem dificultado bastante principalmente os confinadores que tem que comprar os animais ainda magros para poder engordar. O aumento desses animais de reposição foram muito grandes no estado, porque há uma pequena oferta para esses animais. Atrelado ao aumento do preço do milho que é um dos principais produtos utilizado no confinamento e essa incerteza do valor da arroba, houve essa retração do pecuarista em relação ao confinamento que é um produto muito mais oneroso ao produtor” finalizou a diretora da ACRIMAT Daniela Bueno.

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