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Entrevistas

13/08/2017 | 16:53

Setor produtivo de serviços desbanca agropecuária na geração de empregos em Mato Grosso

Uma retomada nos índices de emprego no Brasil deu novo ânimo aos analistas na última semana. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho apontaram o registro de 35.900 postos de emprego, no ultimo levantamento, realizado em julho desse ano.

Números que se refletem na Capital. No entanto, o entrevistado da semana, economista Múcio Ribas, esclarece quais os setores que se destacaram e porque ainda há um abismo no setor agropecuário em Cuiabá. Para Ribas, todos os setores são produtivos e estão interligados, o que não faz de um melhor que o outro.
 
TV MAIS NEWS – O último levantamento do Caged mostra que há uma retomada da economia?

MÚCIO RIBAS – Sem dúvidas. Os dados do Caged mostram que em todos os Brasil foram registrados 35.900 postos de trabalhos em julho, o mês julho desde 2014. E nisso é importante destacar que Mato Grosso ocupa o segundo lugar nesse ranking, ficando atrás apenas de São Paulo, com oito mil novos postos de emprego. Esses números vem se consolidando desde janeiro, no quadro Brasil traz expressivo número de empregos, o que de fato é muito animador.

TVMN – Nesse contexto, quais os setores que mais se destacaram?

MÚCIO RIBAS - O mais significativo é a indústria de transformação, o que demonstra que a economia está se consolidando, trazendo resultados positivos. Cinco setores tiveram destaque na retomada: comércio, serviços, construção civil e agropecuária (veja quadro). Já em Mato Grosso, nossas atividades econômicas estão em fase de expansão, sendo que o que mais emprega é o setor de serviços, é muito expressivo. Seguido do comércio, embora o comércio com alguns meses negativos, mas demissões que admissões, mas é um quadro positivo.

TVMN – Cuiabá puxa esse saldo?

MÚCIO RIBAS - Trazendo para Cuiabá, o setor produtivo de serviços é o que mais emprega na Capital. E de forma muito expressiva: representa 49%. Seguido do comércio (28,6%); da indústria (20,6%) e a agropecuária (0,9%). Veja que a agropecuária tem pouco significado nesse quadro geral de empregos. Não temos grandes áreas de plantio, essa divisão geográfica não permite que a agropecuária tenha o desempenho positivo na Capital. Agora, um detalhe importante é a necessidade de qualificação dos trabalhadores. Sempre há solicitação, oferta de vagas, mas há grande necessidade das pessoas se qualificarem.

TVMN – O senhor se referiu falou do setor de serviços como um ‘setor produtivo’. Ouve-se muito esse termo para a agropecuária, como isso pode ser explicado, todos os setores são produtivos?

MÚCIO RIBAS – Podemos usar uma analogia, para mostrar essa complexidade do setor produtivo. A economia é tratada como o corpo humano, um órgão não vive sem o outro, o coração não vive sem pulmão, sem o rim, e assim por diante, para que tudo funcione todos devem estar interligados e funcionando bem. Na economia não é diferente: temos setor produtivo da indústria, setor produtivo do comércio, setor produtivo dos serviços e setor produtivo da agropecuária. Eles se entrelaçam na economia, um depende do outro. Se olharmos esse aspecto no sentido econômico, para gerar riqueza para o setor produtivo agropecuário, por exemplo, é claro que há capacitação das pessoas que é a área da educação, tivemos investimentos em áreas do governo, investimento de financiadores, na área de serviços de transporte, logística, ou seja, se olharmos toda a complexidade tudo está interligado. Todos os setores são produtivos e a economia trata dessa forma.

TVMN – Nessa semana foi inaugurada a primeira usina de etanol de milho do país, em Lucas do Rio Verde, como o senhor vê a chegada dessa empresa, deve se refletir de que forma na economia?

MÚCIO RIBAS – Será muito importante até na linha de agregação de valor. Nós temos uma grande produção agrícola, e a vinda da usina consolida a economia no processo de transformação e agregação de valor. Importantíssimo para o estado senão ficamos só na linha de saída, exportação de produtos primários. A chegada dessa usina, claro que temos muitas outras, é um pontapé fortíssimo na agregação de valor, ela agrega outros setores também, por exemplo, produz mais empregos em outros setores também.

TVMN – É um exemplo de que os setores precisam caminhar juntos, então?

MÚCIO RIBAS – Sem dúvidas. Nessas conexões eu cito os incentivos. Eles precisam ser tratados na cadeia produtiva, foi aprovada a lei complementar 160 - que trata da convalidação e da prorrogação dos incentivos fiscais concedidos unilateralmente por vários Estados da federação, sem a devida aprovação no CONFAZ. E entendemos que é a hora de Mato Grosso consolidar esse processo de dar o benefício, incentivar a cadeia produtiva plena, nesse caso: o produtor do milho, o que faz a transformação e o etanol e, por fim, o responsável pela venda do produto depois. 
 
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