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Entrevistas

21/07/2020 | 09:07

“O comércio não é responsável pelo aumento da Covid-19”

Caio Dias

Cuiabá estava retomando as atividades econômicas quando reabriu shoppings centers e o comércio em geral, mas uma decisão da justiça obrigou o prefeito a fechar o município por praticamente um mês, o que acabou sendo uma quarentena forçada e muitos comerciantes acabaram fechando suas lojas pelas contas a pagar, mas o que a federação do comércio achou dessa decisão da justiça? O presidente José Wenceslau foi até os estúdios conversar com a nossa equipe.

Como o comércio deve sobreviver com essa politica de quarentena adotada?  

“Desde o inicio da pandemia em março,  já estamos com 118 dias, onde boa parte do comércio permanece fechado que são: Academias, bares, restaurantes e os shoppings. Esse pessoal não tem mais o que fazer, o caixa que tinham, foi utilizado para pagar funcionários, fizeram as demissões e algumas empresas não tem fluxo financeiro nem para pagar as rescisões. Então temos falado desde o início da pandemia, onde a Fecomércio junto do Sesc e do Senac,  preparamos a cartilha da retomada do comércio, que são os protocolos que as pessoas tomassem cuidado, para a não proliferação da covid-19, e lançamos na primeira semana de abril, no formato  impressa e também nas redes sociais. Também e colocamos a equipe do Sesc e do Senac e a nossa equipe de saúde nas ruas, onde distribuímos mais de 20 mil kits e orientações, para que esse empresário e comerciante recebesse esse novo consumidor, porque a covid-19 foi um divisor de águas e o comércio está preparado para recebê-los. Eu tenho dito sempre desde o início, que o empresário com as portas dos comércios abertas é fácil para que possamos cuidar deles, dos nossos colaboradores e cuidando dos nossos clientes. Então em momento algum o comércio tem culpa do aumento de casos da covid-19, mas alguns juristas e algumas pessoas do governo tem feito exatamente ao contrário, fechando os comércios que é o maior gerador de riquezas do pais e o maior gerador de impostos do contribuinte do pais”. Comentou o presidente.

Vimos que o comércio está fechado, mas as festas estão acontecendo, porque não ao contrário?

“Você observa que as empresas cuidam dos colaboradores,  cuidam dos clientes, observando todos os protocolos da organização mundial de saúde, mas quando esses colaboradores  saem das empresas e vão para casa, principalmente aos finais de semana, eles esquecem tudo que foi aprendido dentro do comércio, onde eles fazem uma reunião de família e convidam os amigos no entorno, vão para o rio pescar, vão jogar uma bola entre outras atividades, e isso é tudo contrário as orientações da OMS, então na segunda feira recomeçamos tudo novamente. E volto a repetir, o comércio não é responsável pelo aumento da Covid-19, e sim falta de consciência coletiva do cidadão, seja de Cuiabá ou de Mato Grosso”. Declarou José Wenceslau.
Você e a própria Fecomércio, temem que a justiça prorrogue por mais uma semana o fechamento?
“Realmente é uma incerteza, pois não sabemos o que vem do judiciário, todos nós comerciantes e empresários, estamos nessa incerteza há mais de 100 dias, alguns sem possibilidade alguma de reabrir o seu negócio, e várias empresas que já fecharam, não tiveram condições de fazer o acerto dessas demissões. Então são muitas pessoas desempregadas, onde esse desemprego passa de 20 mil pessoas, então estamos olhando para as pessoas, olhando para os colaboradores e os clientes. E eu digo sempre, por trás de um CNPJ existe CPFS, então temos que cuidar das empresas onde elas não suportam mais uma quarentena e muito menos um lockdown, onde as empresas tem que ser abertas, onde nós cuidamos dos nossos clientes e colaboradores”. Declarou o presidente da Fecomércio.

Para a Fecomércio, o que é atividade essencial?

“O que é essencial já está em uma lei federal, tem elencado tudo que é essencial, mas nesse momento agora com mais 100 dias do comércio fechado, tudo é essencial. Os shoppings estão fechados, não tem onde comprarmos uma roupa, comprar um calçado, um tênis, etc. As escolas estão fechadas do maternal ao primário pois não tem como elas funcionarem em home-office, essa atividade é presencial, academias são essenciais, é trabalho com a saúde. Então nesse momento tudo é essencial e o que nós temos lutado e falado, é que abra todo o comércio com responsabilidade, pois não podemos mais escolher qual abre e qual fecha, tem que abrir tudo pois precisamos do emprego, precisamos das empresas funcionando, o estado precisa do recolhimento do ICMS e o mais importante, as pessoas precisam de emprego e renda para continuar tocando as suas vidas e alimentando as suas famílias”. Declarou o presidente José Wenceslau.

E agora indo para um lado mais feliz, vamos falar sobre a parceria que a TV Mais e o Sesc, onde começa a ser transmitido a partir de amanhã 21 começa no canal 17.1

“Essa parceria já era almejada por nós há muito tempo, onde recebemos com muita felicidade essa parceria. E nós já estamos preparados para ir ao ar, sempre de segunda a quinta feira, e levar as ações do Sesc que são muito diversificadas, hoje algumas de nossas unidades estão em standby, mas continuamos trabalhando online. Então o Sesc é cultura, lazer, educação entre outras, então o Sesc é um mundo muito grande e feliz do estado de Mato Grosso, que temos um Sesc aqui, fazendo as ações sociais principalmente voltadas para o comerciário, que são os funcionários do comércio. Mas temos outras ações que são voltadas para o público em geral como por exemplo: O Sesc odonto, que é uma carreta odontológica, com cinco gabinetes odontológicos onde ele percorre quase todas as cidades de Mato Grosso, fazendo tratamento odontológico gratuito para a população. Temos também o Sesc Saúde Mulher, que faz o mesmo trabalho, rodando as cidades do interior de Mato Grosso, fazendo exames como: Papanicolau e mamografias gratuitamente, temos o maior banco de alimentos do mundo, que é o Mesa Brasil, sendo referencia no Brasil e no mundo, onde nesse momento de pandemia já distribuiu mais de 300 toneladas de alimento, então são famílias e entidades cadastradas que nós acompanhamos. Uma das grandes coisas que o Mesa Brasil faz, não é só dar o alimento, mas os colaboradores do Sesc, os nutricionistas ensinam e acompanham essas pessoas que estão recebendo esse alimento, a processar onde se aproveita até a casca do alimento tais como: A banana, onde se faz um doce com ela, aproveitando tudo, então não é dado só o peixe, mas também damos a vara para aprender a pescar”. Comentou o presidente.

É um trabalho social completo feito pelo Sesc

“Sim, o trabalho que o Sesc faz é voltado principalmente para o comerciário, ano passado inauguramos na prainha o restaurante do comerciário, onde atende exclusivamente quem trabalha no comércio e lá terá, comida do padrão Sesc a 12 reais o quilo. Quando começou a pandemia, já estávamos servindo quase mil refeições a um custo médio de R$ 4,60 a refeição, onde acompanha gratuitamente um suco, mas quando começou a pandemia e os bares e restaurantes tiveram que fechar, nós respeitamos a decisão mas nem por isso paramos o funcionamento, foi criado um marmitex para o comerciário. Esse marmitex teve seu início logo dentro da pandemia, um marmitex padrão Sesc, com as nutricionistas fazendo o que existe de melhor para alimentar o comerciário, então além dos R$ 4,60, tem a marmitex a 5 reais, um preço que cabe no bolso de qualquer comerciário. Estamos servindo aproximadamente 800 marmitex dia”. Comentou o presidente.

As unidades do Sesc, espalhados por Mato Grosso, estão fechadas nesse momento?

“Nós estamos com a maioria das unidades do Sesc fechadas, porque a principal atividade do Sesc tem o contato público, como as academias, nossas unidades odontológicas, nossas unidades escolares, onde estamos para a escola virtual. Então estamos nas cidades polos do interior de Mato Grosso, fazendo esse trabalho virtual, onde podemos fazer presencialmente infelizmente, temporariamente está suspenso”. Finalizou o presidente da Fecomérco José Wenceslau.

 
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