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Notícias / Economia

03/06/2020 | 09:45

Com pandemia, produção industrial tem tombo recorde de 18,8% em abril, diz IBGE

Redação TV Mais News

A produção industrial brasileira desabou 18,8% em abril, na comparação com março, atingindo o nível mais baixo já registrado no país, conforme divulgou nesta quarta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tombo recorde evidencia a dimensão do impacto da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social na atividade econômica.

"É a queda mais intensa da indústria desde o início da série histórica, em 2002, e o segundo resultado negativo seguido, com perda acumulada de 26,1% no período", informou o IBGE.
Com o tombo de abril, o patamar da produção industrial no país ficou 38,3% abaixo de pico histórico, registrado em maio de 2011. "É o patamar mais baixo da série histórica na pesquisa. Estamos no piso da produção industrial", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Na comparação com abril do ano passado, a queda foi ainda maior, de 27,2%, o sexto resultado negativo seguido nessa comparação e também recorde negativo da série histórica da pesquisa.

No ano, de janeiro a abril, o setor encolheu 8,2%, e nos últimos 12 meses, passou a acumular retração de 2,9%.

“O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia. Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias econômicas”, destacou Macedo.
22 dos 26 segmentos tiveram queda
A queda da produção foi generalizada, alcançando todas as grandes categorias econômicas e 22 dos 26 ramos pesquisados.

Segundo o IBGE, a influência negativa mais relevante foi a da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (-88,5%), pressionada, em grande medida, pelas paralisações e interrupções em várias fábricas. Foi a queda mais intensa desde o início da série histórica.

A interrupção da produção de veículos impactou outros segmentos industriais, como metalurgia (-28,8%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%) e máquinas e equipamentos (-30,8%). Outros recuos relevantes no mês foram observados nas atividades de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%) e bebidas (-37,6%).

A produção só cresceu nas nas atividades relacionadas a itens essenciais. Produtos alimentícios (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%) voltaram a crescer após recuarem em março (-1,0% e -11%). O ramo de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal também teve alta (1,3%), enquanto o setor extrativo ficou estável.

Perspectivas
No 1º trimestre, a produção industrial registrou queda de 2,6%, na comparação com o 4º trimestre, refletindo apenas os primeiros reflexos da pandemia no país e no comércio exterior. Já o PIB (Produto Interno Bruto) do setor industrial caiu 1,4% nos 3 primeiros meses do ano, na primeira retração desde o 4º trimestre de 2018.

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o nível de utilização da capacidade de produção da indústria brasileira caiu para 49% em abril. Ou seja, a indústria brasileira operou com metade de sua capacidade de produção.

Os primeiros indicadores de maio apontam que a atividade do setor se manteve em nível crítico. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas avançou 3,2 pontos em maio, para 61,4 pontos, mas mesmo assim registrou o o segundo menor valor da série histórica da pesquisa, só ficando atrás da marca de abril (58,2 pontos).

Com a economia à beira de uma nova recessão, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o PIB neste ano, conforme boletim "Focus" do Banco Central divulgado na segunda-feira. A projeção passou de queda de 5,89% para um tombo de 6,25% em 2020. Caso a expectativa se confirme, será o pior desempenho anual desde 1901, pelo menos.

Já projeção do mercado para a produção industrial em 2020 é de uma retração de 3,59%.

Fonte: G1

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