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09/07/2020 | 09:04

Família que não se vê desde 1968 se reencontra após postagem na web

Redação TV Mais News

Uma família separada por 250 km e pouco mais de três horas de viagem, há cerca de 50 anos, aguarda o fim da pandemia do novo coronavírus para se reencontrar. Os parentes, que moram parte em Santos, no litoral de São Paulo, e parte em Rio Claro, no interior paulista, se localizaram graças a uma postagem nas redes sociais, mas tiveram de adiar a reunião por conta da quarentena.
 
Moradores de Santos, os irmãos Edwig Maria Batista de Jesus, de 72 anos, e João Francisco da Silva, de 70, estavam desde 1968 sem notícias dos parentes que vivem em Rio Claro. Eles perderam contato por conta da distância, dos rumos da vida e também por mágoas do passado envolvendo o pai deles.
 
Mas, mesmo depois de tanto tempo, a caçula Rosângela da Silva Ramos, de 52 anos, irmã por parte de pai, nunca perdeu as esperanças de reencontrar a família. Ela e o filho Filipe Silva moram em Rio Claro e, durante a quarentena, decidiram dar um novo passo nessa busca incansável. O jovem entrou em contato com uma página no Facebook e publicou a história da família nos mínimos detalhes.
 
"Logo no primeiro dia, a postagem teve muitos compartilhamentos. Menos de 48 horas depois, uma mulher me ligou dizendo que conhecia a Edwig. Na hora não acreditei, achei que era trote, mas ela contou toda a história da minha família e me passou um contato. Contei para a minha mãe e quase não dormimos, de tão ansiosos. Na manhã seguinte, minha mãe e minha tia se falaram por telefone, confirmaram que são irmãs, e foi aquele chororô", conta Filipe.
 
Desde então, toda a família está com grande expectativa para esse reencontro, que está marcado para acontecer apenas em dezembro deste ano por conta da pandemia do coronavírus. Por alguns serem idosos e pertencerem ao grupo de risco, estão cumprindo rigorosamente a quarentena e não querem correr o risco de ficarem expostos à doença neste momento tão especial.

História da família
Após se separar da primeira esposa, o pai de Edwig e João se mudou para Rio Claro, onde constituiu uma nova família e teve mais dois filhos, sendo um deles a Rosângela. Em 1968, ele retornou para Santos e visitou a primogênita, data em que as irmãs se viram pela única vez. Depois, foi a vez de João fazer uma visita ao pai e ver a caçula. Depois disso, os contatos foram completamente perdidos.

"Me lembro apenas do João, a Edwig só me viu recém-nascida. Cresci com a ideia de reencontrar a minha família e nunca desisti. Depois que me casei, entrei em contato com uma emissora, mas não tive retorno. Os anos foram passando e cheguei a pensar que não fosse mais conseguir, mas a vontade sempre foi mais forte. Até que descobrimos essa página e graças a Deus deu certo. Espero que possamos aproveitar bastante e recuperar o tempo perdido", conta Rosângela.

Mas não era apenas Rosângela que sonhava com esse reencontro. João sempre comentava com os filhos sobre essa parte da família, e por muitas vezes pensou em pegar um ônibus para Rio Claro e fazer uma busca no bairro onde a irmã morava quando pequena. Quando se falaram pela primeira vez ao telefone, ele se emocionou de uma forma que não acontecia há muito tempo.

"Fiquei três meses com ela, mas depois voltei para Santos e perdi o contato. Começaram a vir os filhos, trabalho, e não tive mais tempo de viajar. A vontade de reencontrá-la ficou guardada por 48 anos e não vejo a hora de nos vermos pessoalmente, era algo que faltava na minha vida. Só não fomos lá ainda por causa dessa pandemia. Estamos na expectativa, é uma alegria imensa".

Edwig também ficou muito feliz com a iniciativa de Rosângela de procurar a família. Ela nunca pensou em ir até Rio Claro, justamente pelos problemas com o pai, mas sempre teve vontade de reencontrá-la. "Foi uma emoção muito grande conversar com ela por telefone, estou muito feliz em conhecer minha irmã e descobrir que tenho outros sobrinhos. Espero que até dezembro essa pandemia já tenha terminado, para que a gente possa dar aquele abraço pessoalmente", conta.

Enquanto esse dia não chega, eles contam com a tecnologia e com as redes sociais para manter o contato e 'diminuir a distância'. Pedro Batista de Souza, de 35 anos, conta que a mãe Edwig e os tios fizeram um grupo no WhatsApp e conversam praticamente todos os dias, além dos longos telefonemas e as chamadas de vídeo aos fins de semana.

"Nós, jovens, também estamos muito felizes e ansiosos para conhecer os primos. Por sorte, o Filipe postou a história em uma página da Zona Noroeste, região onde justamente minha família está concentrada. Essa história é algo inimaginável, nunca pensamos que poderia acontecer. Da noite para o dia, a família que já era grande ficou ainda maior", finaliza.

Fonte - G1
 
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