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18/09/2020 | 08:51

Com equipe exausta, fogo vem "ganhando quase todas as batalhas" no Pantanal

Redação TV MaisNews

Com equipe exausta, fogo vem

Foto: JOSÉ MEDEIROS

Com equipe exausta e o fogo "ganhando quase todas as batalhas", bombeiros e demais brigadistas que atuam integrados - do ICMbio, Sesc e Marinha -  tentam livrar o Pantanal das chamas que se avolumam e movem rapidamente, queimando vegetação e animais. Só no Parque Estadual Encontro das Águas, onde vivem cerca de 80 onças-pintadas, mais de 85% da área está devastada.

Para aguentar o "tranco", em uma atividade fatigante e perigosa, os 160 envolvidos na operação não ficam tempo todo em campo, cumprem escala. Major Fernando Rodrigues, que estava no comando da operação até esta quinta (18), por 10 dias sequenciais, conversou com o , de Poconé (a 103 km de Cuiabá), na porta de entrada do Pantanal mato-grossense. "A intensidade do fogo diminuiu à noite, devido às condições climáticas. Mas, de dia, ele avança em alguns pontos e a gente consegue extingui-lo em outros e assim vamos em frente", comenta. É como uma guerra mesmo. A operação integrada começou, oficialmente, em 7 de agosto, ou seja, já tem 1 mês e 11 dias.

Equipes usam mangueiras, abafadores, bombas costais, foice e enxada, pá carregadeira e aplica muita força física, tem que ter resistência. Importante ressaltar que são homens e também mulheres nessa tarefa árdua, ainda sem expectativa de fim. "É a maior operação da qual já participei, quanto à devastação e volume de fogo", avalia major Rodrigues, que tem 13 anos no Corpo de Bombeiros. Nesta sexta (18), ele retorna à Cuiabá, para um descanso e faz a troca de comando.

No salvamento dos bichos, está o coronel Paulo Barroso. Animais feridos e sedentos têm causado bastante comoção no país, dando maior visibilidade à problemática. "Estamos, dentro do possível resistindo ao fogo, mas ele está ganhando quase todas as batalhas, vou ser bem sincero, as condições estão muito mais favoráveis a ele do que a nós, mas é assim: vamos lutando, um dia de cada vez".

Famílias pantaneiras assistem a tudo assustadas, de acordo com o fotógrafo José Medeiros, que passou 41 dias em Poconé, para registrar as dificuldades que elas já estavam passando devido à pandemia de Covid-19. Somando efeitos pandemia com fogo, ele assegura que a situação é de fome e muitos pequenos produtores rurais resistem por amor à terra. "São 9 meses sem chuva, o rio Bento Gonçalves, que abastece Poconé, para se ter uma ideia, já secou, estão puxando água de outros pontos. Fotografei um senhor de 74 anos que queimou o pé ajudando a apagar o fogo, que dessa vez veio matando tudo. Tudo bem que o Pantanal queima, mas não desse jeito. Já se fala em maior desastre no local, a visão é  apocalíptica", resume.
 

FONTE: RD NEWS

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