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05/10/2017 | 09:51

Empresário preso na Esdras afirma que sistema Sentinela está com cabo Gerson

RDNews

Empresário preso na Esdras afirma que sistema Sentinela está com cabo Gerson

Foto: Reprodução

O empresário José Marilson da Silva que estava preso desde 27 de setembro, por conta da Operação "Esdras", da Polícia Civil, disse no depoimento aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta, que o "Sistema Sentinela", responsável pelas interceptações telefônica clandestina, está sob os cuidados do cabo Gerson Luiz Correia Junior, preso desde 23 de maio. A informação consta em reportagem do jornal Diário de Cuiabá, assinada pelo jornalista Pablo Rodrigo.

Segundo o jornal, três fontes confirmaram a declaração do empresário durante o depoimento. Por conta da colaboração de Marilson, o desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, determinou a soltura do empresário na tarde desta quarta (4), após manifestação da delegada Ana Cristina, que conduz as investigações relativas aos grampos no Estado.

"Por esta razão, as autoridades policiais, em face da colaboração do aludido investigado, que “permitirá alcançar os objetivos investigativos com mais celeridade”, não mais visualizam a imprescindibilidade de sua segregação cautelar. Requerem, com isso, a revogação da prisão preventiva, ou sua substituição por medidas cautelares diversas", diz trecho da decisão de Perri.

O empresário teve a prisão decretada após o depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que no depoimento afirmou que o ex-chefe da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, disse que “o equipamento WYTRON estaria guardado com Marilson, ex-sócio proprietário da empresa Simples IP".
"Consoante se infere do expediente encaminhado pelas autoridades policiais, responsáveis pela deflagração da Operação Esdras, a atual situação de José Marilson da Silva é diametralmente oposta àquela no momento da prisão, em face da colaboração nas investigações", afirmou Perri.

"Portanto, se havia indícios suficientes de participação de José Marilson da Silva na organização criminosa, dado que, até aquele estágio das investigações eram fortíssimos os elementos de que o aludido investigado estivesse com o rack do Sistema Sentinela, tal conclusão modificou-se com seu seguro e convincente depoimento, não subsistindo, por ora, os motivos que autorizaram a decretação da prisão preventiva, máxime o pressuposto atinente ao periculum libertatis."

José Marilson deverá seguir uma série de medidas restritivas como "proibição de acessar ou frequentar órgãos públicos que atuam na área de inteligência da Polícia Militar, Casa Militar, Gaeco, Daci; entregar o passaporte; proibição de manter qualquer tipo de contato [pessoal, telefônico, ou mediante aplicativos] com as testemunhas, réus e investigados nesta e em outras investigações em andamento, relacionadas à grampolândia pantaneira, bem como com pessoas ligadas ao governo, incluindo ex-secretários."

Sentinela

O sistema Sentinela foi implantado de forma clandestina por um grupo de policiais para "vasculhar a intimidade de pessoas, utilizando como subterfúgio investigação de alvos criminosos", segundo aponta as investigações. O sistema de arapongagem contava com um manual de instrução e a implantação dele foi coordenada pelo cabo Euclides Torezan, que chegou a ser preso, mas foi liberado por estar colaborando com as investigações.
Para ter acesso ao sistema clandestino, cada policial envolvido no esquema de arapongagem contava com um login e senha, que eram enviados pela internet. O Sentinela, inclusive, podia ser operado online, o que chegou a gerar preocupação em um dos técnicos que participavam do esquema.

Do inquérito, consta que o sistema funcionava paralelamente aos dois sistemas oficiais de monitoramento telefônico existentes no estado: o Sombra, operado pela Polícia Federal, e o Guardião, utilizado pelo Gaeco.

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