Em reunião com 16 deputados da base aliada, o governador Pedro Taques (PSDB) prometeu priorizar o pagamento das dívidas da saúde, que ultrapassam os R$ 120 milhões. O anúncio foi feito na quarta-feira (4), no Palácio Paiaguás, e o compromisso é iniciar os pagamentos ainda nesta semana.

A decisão foi tomada em meio a protestos dos hospitais filantrópicos, que paralisaram as atividades parcialmente a partir de hoje, e de alguns regionais, que estão reduzindo os atendimentos e fazendo manifestações, como os de Sinop e Sorriso. A BR-163 chegou a ser bloqueada por uma hora em protesto que envolveu prefeitos, vereadores e servidores da região norte.

Porém, o governo ainda não decidiu, dentre as dívidas, quais serão pagas primeiro. O governo acumula dívidas com os hospitais regionais, os hospitais filantrópicos, e com os municípios. “As prioridades são definidas pelo secretário de Saúde, Luiz Soares”, desconversou o secretário de Fazenda, Gustavo de Oliveira.

O vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, Leonardo Albuquerque (PSD), afirmou que o governo vai “cortar na carne” para poder pagar as dívidas da saúde. “Vai retirar de outros setores. Isso já foi feito este ano pelo governo e vai ser feito mais uma vez. Vai tirar de onde tiver que tirar”, declarou.

Em maio, o governo usou recursos que estavam reservados para os salários dos servidores de junho para pagar dívidas com a saúde dos municípios, que na ocasião ultrapassavam R$ 162 milhões. Os atrasos provocaram a maior mobilização dos prefeitos durante este governo.

O secretário de Fazenda, porém, não especificou de onde vai ser remanejado o recurso para injetar na saúde desta vez. “Vai sair do Tesouro. Vamos ter que fazer escolhas. A equipe está debruçada nos números analisando. Saúde e folha são prioridades. A gente tem que acomodar tudo isso”, afirmou.

“Todos concordamos numa coisa: a prioridade é saúde”, observou o deputado Romoaldo Junior (PMDB), ao sair da reunião.