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15/02/2021 | 10:20

Golpes pela internet avançam 55% em MT e sustentam facções

Redação Tv Mais News

Golpes pela internet avançam 55% em MT e sustentam facções

Foto: Luiz Leite

Crimes de estelionato cresceram 55% em Mato Grosso no comparativo entre 2019 e 2020, saltando de 8.934 ocorrências para 13.862, respectivamente, conforme dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp). Mas os números mostram apenas uma fatia da expansão vertiginosa da “indústria de golpes” que tem feito organizações criminosas alugarem imóveis para manter “funcionários” trabalhando em turnos durante as 24 horas do dia para obter dinheiro fácil pela internet e redes sociais. O Estado tem se destacado no cenário nacional, já que semanalmente chegam dezenas de registros de vítimas lesadas em outros pontos do país, que tiveram seu dinheiro depositado em contas usadas por criminosos daqui.

Há pouco menos de um mês atuando no gabinete de estelionato da 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá, o delegado Cláudio Victor Freesz já se deparou com diversas modalidades de golpes, mas cita que o conhecido “Golpe da OLX” lidera o número de registros. O uso do site de compras por golpistas que obtêm lucro fácil com negociações suspeitas, muitas vezes a partir de ofertas absurdamente irreais, continua trazendo prejuízos a milhares de cidadãos, apesar dos constantes alertas das autoridades.

A isca dos criminosos é praticamente a mesma. Oferecer uma vantagem imperdível com um negócio lucrativo que leva a vítima a pagar por um bem que nunca terá, já que a recuperação do dinheiro entregue ao golpista não acontece.

Freesz enfatiza que o estelionato, principalmente bancário e pelas redes sociais, é hoje o principal meio de arrecadação das facções criminosas que, como ocorreu em Mato Grosso, abandonaram os roubos a bancos e ataques a caixas eletrônicos para obter ainda mais dinheiro de uma forma menos arriscada, barata e, acima de tudo, praticamente sem correr risco de serem identificados e punidos criminalmente. A lavagem do dinheiro pela pulverização rápida em contas bancárias é um dos trunfos dos grupos criminosos.

Dados da Sesp apontam que, em 2020, 41% dos registros de estelionato estavam ligados ao uso de dados em transações financeiras sem autorização do titular, incluindo saques de FGTS, auxílios emergências e empréstimos em geral. O delegado acredita que a tendência de aumento deste tipo de crime é cada vez maior, pelo atual quadro de vazamento de dados de clientes de telefonia ou sistema bancário, que são alvos em potencial destas associações criminosas com acesso aos dados pessoais de clientes.

O crime está organizado, se adaptou e inova a cada dia, arrecadando milhões enquanto que, do outro lado, órgãos da segurança pública, instituições bancárias e a Justiça não conseguem conter os avanço das golpistas. Freesz cita que a falta de diálogo entre as instituições e a dificuldade em se avançar nas investigações, por falta de tecnologias, recursos humanos, entre outros fatores, deixam a sociedade ainda mais vulnerável e sem perspectiva.
 
FONTE: A GAZETA

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