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11/10/2017 | 09:57

Cabo Gerson é alvo de novo pedido de prisão por grampos ilegais

Gazeta Digital

Cabo Gerson é alvo de novo pedido de prisão por grampos ilegais

Foto: Reprodução

Os delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta, que conduzem as investigações relativas ao esquema de escutas telefônicas clandestinas, praticado por membros do alto escalão do governo do Estado e da Polícia Militar, entraram com uma representação pedindo a prisão preventiva do cabo PM Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, pelo crime de organização criminosa e obstrução de justiça em decorrência de sua participação no escritório de espionagem ilegal.

De acordo com Flávio Stringueta, o pedido foi protocolado há alguns dias e a expectativa é que o decreto seja liberado ainda nesta quarta-feira (11) pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) Orlando Perri. “Não saiu, mas tudo indica que sim porque dessa vez houve parecer favorável do Ministério Público.

O desembargador tem concedido o que a gente pede mesmo com parecer contrário, imagine quando favorável. É a primeira vez que temos parecer favorável”, disse se referindo ao posicionamento do Ministério Público Estadual (MPE) frente às decisões de Perri.

O cabo Gerson Corrêa está preso desde o dia 23 de maio, por decisão do juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá, na mesma ocasião em que o coronel e ex-comandante da Polícia Militar Zaqueu Barbosa também foi preso por envolvimento nos grampos ilegais.

O delegado Flávio Stringueta explicou ao Gazeta Digital que aquela foi uma prisão penal criminal solicitada pelo coronel Jorge Catarino Ribeiro, corregedor designado para apurar os delitos cometidos por militares ligados aos grampos. Desta vez, o investigado deve responder também na Justiça comum por seus atos.

“Ele estava preso no inquérito policial militar (IPM), numa prisão administrativa. Agora teve a prisão preventiva dele, que é na Justiça comum. A prisão penal criminal não tem o mesmo rigor que esta”, afirmou.

Inicialmente preso no Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), na Avenida do CPA, em Cuiabá, em julho, o cabo Gerson foi denunciado por ter livre acesso a computadores do quartel para tratar de assuntos particulares, além de ter regalias nas acomodações e ainda de ter deixado o local para frequentar a boate Crystal.

Depois disso, o desembargador Orlando Perri solicitou vaga para ele em algum presídio federal, o que não foi possível obter e o militar acabou sendo transferido para o Centro de Custódia da Capital (CCC), anexo ao presídio no bairro Carumbé, onde está detido até hoje.

Gerson Corrêa é apontado como o operador dos grampos ilegais ocorridos ao longo de dois anos contra políticos opositores do governo, jornalistas, advogados e centenas de outras pessoas. Consta na denúncia que era ele quem realizava as escutas clandestinas obtidas por meio da chamada “barriga de aluguel”, método utilizado com a fraude em ações judiciais de interceptação telefônica, onde são obtidos números alheios ao processo.

O policial teria realizado o serviço em um escritório no Centro de Cuiabá e até mesmo contado como empréstimo de R$ 24 mil do coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar, para comprar equipamentos de interceptação, como o Sentinela, que está sendo procurado pelos investigadores até hoje. A suspeita de que o aparelho ainda esteja sob guarda do cabo foi o que originou a acusação de obstrução de justiça.

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