11/10/2017 | 12:27
Maluf é denunciado por suspeita de liderar esquema de desvios da Educação
G1 MT
Foto: Reprodução
O deputado Guilherme Maluf (PSDB), ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual nessa terça-feira (10) por suspeita de liderar esquema de desvio de verba da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), entre 2015 e 2016. A fraude é investigada no âmbito da Operação Rêmora, deflagrada no ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Por meio de assessoria, o deputado Guilherme Maluf afirmou que recebeu com estranheza a denúncia do MPE, já que, segundo ele, durante toda a investigação não foi apresentada nenhuma prova contra ele, apenas suposições e ilações. Ele alegou que não tem qualquer envolvimento com as supostas irregularidades ocorridas na Seduc e que confia na Justiça.
O MPE denunciou Maluf por organização criminosa, corrupção passiva (20 vezes) e embaraçamento da investigação, ou seja, ele teria prejudicado a apuração dos crimes.
A participação do parlamentar no esquema seria a mesma do empresário Alan Malouf, que é primo dele e confessou participação nas fraudes depois de ter passado duas semanas preso. Ele pagou fiança, foi solto e passou a cumprir prisão em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
Guilherme Maluf, segundo o MPE, fazia parte do núcleo de líderes da organização e supostamente se beneficiava diretamente com a propina arrecadada junto às empresas que mantinham contrato com a Seduc.
Além disso, o MPE aponta que se valia das influências políticas proporcionadas pelo cargo eletivo para promover as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos voltados para solicitação e recebimento de propinas.
Entre os membros desse núcleo de liderança da organização criminosa está o ex-secretário estadual de Educação, Permínio Pinto Filho, que também é filiado ao PSDB. Permínio passou cinco meses preso e, em depoimento prestado em dezembro, quando ainda estava na prisão, confessou a existência de um esquema de corrupção para desviar verba da educação para supostamente quitar dívidas de campanha do governador Pedro Taques (PSDB). A informação é negada pelo governador.
Segundo o MPE, foi Alan Malouf quem articulou com Permínio a inclusão do empresário Giovani Guizardi, dono da Construtora Dínamo e casado com uma prima dele, para atuar como operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da Seduc, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso.
As investigações demonstram que Permínio Pinto Filho, Alan Malouf e Guilherme Maluf se mantinham “nas sombras”, comandando e agindo por pessoas interpostas que se encontravam nas demais camadas da organização, de acordo com o MPE.
Conforme o MPE, a organização era composta pelos núcleos de lideranças, agentes públicos, operações e de empresários. Todos os integrantes do grupo já foram denunciados e já respondem a ações penais.
Além de Guilherme Maluf, o MPE também denunciou o segurança dele por prejudicar a investigação.
Após a primeira fase da operação Rêmora, em maio do ano passado, a fim de garantir que Giovani Guizardi não revelasse a atuação dele no esquema, Guilherme Maluf teria tentado intimidá-lo, utilizando-se para tanto, o seu segurança que é agente penitenciário do Serviço de Operações Especiais e que, à época do fato, estava cedido à Assembleia Legislativa.
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