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Notícias / Polícia

13/10/2017 | 10:15

Alan e Maluf tinham controle sobre cargo de arrecadador de propina

Da Redação

Alan e Maluf tinham controle sobre cargo de arrecadador de propina

Foto: Reprodução

Na denúncia protocolada no Tribunal de Justiça, o Ministério Público do Estado apontou que o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) e o empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, eram os principais articuladores na exigência de propina aos empresários, em troca de contratos para obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Segundo o MPE, o deputado e o empresário, que são primos, agiam de forma coordenada para garantir a indicação de pessoas ligadas a eles no cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar da Seduc.

Dessa forma, os dois faziam “pressão” sobre as empreiteiras, garantindo o pagamento da propina, uma vez que o cargo tinha posição estratégica na Seduc, já que é o responsável pelo recebimento da documentação das empresas para a realização de obras emergenciais.

“Foram as tratativas coordenadas de Alan Maoluf e de Guilherme Maluf que garantiram a 'circunscrição' sobre o cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar – posto estratégico dentro da Seduc que garante o mecanismo de pressão sobre os empreiteiros para pagamento da propina, bem como de controle sobre tais pagamentos – em relação às nomeações tanto de Wander Luiz dos Reis quanto de Moises Dias da Silva”, apontaram os promotores de Justiça.

“Os autos apontam, ainda, que em atuação similar à de Alan Malouf, Guilherme Antônio Maluf além de ter garantido a colocação de Wander Luiz dos Reis no cargo de Superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar, da Seduc, cujas atribuições, conforme já narrado, serviam à engrenagem de solicitação e recebimento de propina, seria destinatário de farta fatia da propina eventualmente recebida”, pontuou o MPE.

Ainda conforme a denúncia do Ministério Público, Maluf utilizava a prerrogativa de deputado para fazer “enlaces políticos e as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos para solicitar e receber propina”.

Os promotores destacaram que o parlamentar atuou como um dos principais líderes da chamada “organização criminosa”, sendo um dos beneficiários direto de parcelas da propina arrecadada.

O esquema foi descoberto na Operação Rêmora. Além de Guilherme Maluf, o MPE afirma que núcleo de liderança da organização tinha a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho.

As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apontam que foi Alan Maluf que articulou junto ao ex-secretário de Educação a inserção de Giovani Belatto Guizardi, pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da Seduc, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso.

Sendo assim, o Ministério Público garante que Permínio Pinto Filho, Alan Maluf e Guilherme Maluf se mantinham “nas sombras”, comandando e agindo por pessoas interpostas que se encontravam nas demais camadas da organização.

Na denúncia oferecida nesta terça-feira pelo Naco, além do deputado Guilherme Maluf, também foi denunciado o seu segurança por embaraçamento de investigação, Milton Flávio de Brito Arruda.

Outro lado

O deputado disse por meio de nota que recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual com “estranheza”. Veja a íntegra da nota.

"O deputado estadual Guilherme Maluf disse, através de sua assessoria, que recebeu com estranheza a denúncia do MPE, já que durante toda a investigação não foi apresentada nenhuma prova contra ele.

O deputado contesta com veemência a tese de ‘embaraçamento’ da investigação ou tentativa de intimidação de qualquer dos acusados, argumento falso utilizado por um deles para sair da cadeia.

Ele assegura que forneceu ao MPE todas as informações solicitadas e continua à disposição para qualquer esclarecimento.

O deputado Guilherme Maluf reafirma que não tem envolvimento com qualquer possível irregularidade ocorrida na secretaria de Educação e que confia na justiça, onde provará sua inocência."

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