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08/03/2021 | 09:18

“Nos primeiros meses da pandemia já tivemos feminicídio, após dois anos sem registro”, conta delegada

Redação Tv Mais News

“Nos primeiros meses da pandemia já tivemos feminicídio, após dois anos sem registro”, conta delegada

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

A delegada Jozirlethe Magalhães Criveletto, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, disse que a pandemia do novo coronavírus piorou a situação da violência doméstica. Apesar do número de registros de casos ter diminuído, o número de feminicídios aumentou, o que mostra que a violência ocorria, mas alguns casos só chegavam às autoridades no último estágio, quando ocorria a morte da mulher.

Segundo a delegada, desde o mês de março de 2020, quando iniciaram as primeiras medidas de combate à Covid-19, o número de registros de violência doméstica em Cuiabá caiu. A Delegacia da Mulher nunca ficou fechada, no entanto, por causa das medidas restritivas a procura foi menor.
 
Outro motivo também foi o cárcere privado. Com o agressor passando mais tempo em casa com a vítima, existiram situações em que a mulher foi impedida de sair de casa. Também havia a possibilidade de registro online, mas a delegada Jozirlethe explicou que muitas das vítimas vivem em situação de maior vulnerabilidade social, com menos acesso à informação e tecnologia. Apesar de queda nos registros, a violência não diminuiu.
 
“Na verdade, nós tivemos uma diminuição de denúncias, de boletins de ocorrência registrados, mas gradativamente tivemos um aumento no número de morte de mulheres. E isso significa, para nós que trabalhamos com enfrentamento à violência, que na realidade isso estava acontecendo dentro dos lares, e esse ciclo de violência chegava até o último grau que é o feminicídio”.
 
De acordo com a delegada, Cuiabá já estava há dois anos sem registro de casos de feminicídios e após o início da pandemia, logo nos primeiros meses mortes começaram a ser registradas.
 
As denúncias que ocorreram foram principalmente feitas por mulheres de classes mais pobres. A delegada explicou que a questão da violência doméstica é diferente dos outros crimes, pois a vítima precisa de um acolhimento e de uma rede de amparo, e para mulheres em maior vulnerabilidade social o amparo do Estado é a única opção.
 
“Hoje a violência doméstica está em todas as classes sociais. Existem pessoas que tem outros meios, mas as mulheres em maior vulnerabilidade social necessitam mais das políticas públicas [...] muitas delas não têm opção, não tem emprego, então elas precisam destas políticas públicas. A atração que a delegacia exerce muitas vezes não é nem a questão da condenação do agressor, é que a mulher precisa de ajuda para retomar a vida dela sozinha”.





FONTE: OLHAR DIRETO

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