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08/03/2021 | 09:26 - Atualizada em 08/03/2021 | 09:40

MT deu origem à 1ª mulher eleita prefeita no país, à considerada mais velha do mundo e outras personalidades; veja

Redação Tv Mais News

MT deu origem à 1ª mulher eleita prefeita no país, à considerada mais velha do mundo e outras personalidades; veja

Foto: REPRODUCAO

Em Mato Grosso, muitas mulheres se destacaram pela coragem, dedicação social e conquista de cargos que eram majoritariamente ocupados por homens. Elas entraram para a história do estado.

Essas conquistas trouxeram para a época indignação, mas sobretudo uma nova visão de que as mulheres são capazes de atuar em qualquer profissão que escolherem.

Em 1908, mulheres que trabalhavam em uma fábrica de confecções de camisetas em Nova York, nos Estados Unidos, reivindicaram condições de trabalho e outros direitos que para as mulheres não eram válidos. Elas trabalhavam por 14 horas diárias e ganhavam entre 6 e 10 dólares por semana.

Elas pediam redução da carga horária e aumento de salário, já que na época, os homens recebiam muito mais para realizarem a mesma função.

No dia 25 de março de 2011, a fábrica pegou fogo com várias mulheres trabalhando naquele momento. De 500 trabalhadores, 146 morreram e cerca de 20 eram homens.

A maioria das funcionárias eram judias e algumas tinham apenas 14 anos. Após o incêndio, os direitos trabalhistas para as mulheres foram revisados e muitas conquistas foram adquiridas. Pesquisadores acreditam que o Dia Internacional da Mulher pode ser considerado pelo incêndio na fábrica e por outras reivindicações na época de mulheres em todo o mundo.

Em Mato Grosso, mulheres como Ana Maria do Couto May, Lígia Borges Muller Figueiredo, Zulmira Canavarros, Dunga Rodrigues, Ana Martinha da Silva e Tereza de Benguela deixaram legado em funções que mulheres quase não exerciam.





Ana Maria do Couto May  — Foto: Arquivo



Ana Maria do Couto May

Ana Maria do Couto é considerada uma das maiores personalidades da história de Cuiabá. Ela foi professora, esportista, advogada, jornalista e também foi a primeira mulher a ocupar um cargo na Câmara Municipal de Mato Grosso.

Ela morou durante muitos anos em uma casa no Bairro Bandeirantes, em Cuiabá. A mãe da professora, Francisca Torres do Couto, conhecida como Chiquita, mandou fazer um busto de cobre em homenagem à filha e doou à prefeitura de Cuiabá em 1972, um ano após o falecimento dela devido a um câncer.

No mesmo ano, o então prefeito José Vila Nova Torres inaugurou o nome da praça, que fica entre as ruas Manoel García Velho e Diogo Ferreira em homenagem à Ana Maria do Couto e colocou a estátua com a placa de identificação em um pedestal.




Lígia Borges Müller Figueiredo — Foto: Arquivo




Lígia Borges Müller Figueiredo

Lígia Borges Muller Figueiredo foi a primeira prefeita mulher eleita no Brasil no município de Rosário Oeste. Ela nasceu em 1904 e foi eleita ao cargo de prefeita municipal nas eleições de 1946, aos 42 anos de idade e tomou posse em 1947, concluindo a sua gestão municipal em 1950.

Recebeu o diploma do Serviço Eleitoral em 14 de novembro de 1947, no qual constava sua eleição para a Prefeitura Municipal de Rosário Oeste, com 451 votos, enquanto seu concorrente, Paulo da Silva Modesto, obteve 161 votos.

Além disso, foi a primeira mulher a comandar a construção de uma usina hidrelétrica em Mato Grosso e no Brasil. Lígia realizou as seguintes obras em sua administração: Usina Hidroelétrica do Tombador; doação de terreno para a construção do Hospital do Amparo; doação de área de 150 hectares para construção do Posto Agropecuário do Ministério da Agricultura, depois EMPA; Perfurou poços de água para abastecer a população, construiu pontes sobre os rios e riachos; Cuidou dos gramados para a prática do futebol, onde deram bons jogos naquela cidade.

Ela foi pioneira do serviço social, costumava visitar a população sobre as necessidades, desejos e, dentro do possível, atendendo-os. Lígia Borges de Figueiredo faleceu em 5 de outubro de 1990.





Zulmira Canavarros — Foto: Arquivo




Zulmira Canavarros

Zulmira Canavarros nasceu em 1895 e foi professora, musicista, promotora cultural e teatróloga. Ela fundou o Mixto Esporte Clube, o Conservatório Musical de Cuiabá e a foi a 1ª transmissora de Rádio da Capital, que ficou conhecido como a Rádio a Voz do Oeste. Zulmira foi uma grande propulsora da música popular cuiabana, deixando inúmeras composições.

Em 1928, ela começou a convidar mulheres para criar o Clube Feminino, um local para promover a prática esportiva e produção cultural de Cuiabá. Seu estatuto só permitia que mulheres fizessem a gestão da instituição. Ela também desenhava e costurava o uniforme das atletas e compôs o hino do time, que ganhou prêmios de âmbito nacional. O Clube Feminino foi um sucesso e se tornou um polo de cultura e esporte da elite.


Além disso, foi uma das fundadoras da rádio Voz d’Oeste, em 1939, que a primeira rádio de Mato Grosso. Além dos programas jornalísticos, a rádio oferecia programas musicais.

Zulmira dirigiu em torno de 18 peças teatrais em Cuiabá. Um de seus trabalhos que mais chamou a atenção e chocou a sociedade foi a peça “A noiva e a égua”, que mostra mulheres da época, em que eram submissas.

Em sua homenagem recebeu o nome da rua que passa em frente aoInstituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e o Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, localizado na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em Cuiabá.


Dunga Rodrigues — Foto: Arquivo 




Dunga Rodrigues

Maria Benedita Deschamps Rodrigues ou 'Dunga Rodrigues', como ficou conhecida, foi professora, musicista, historiadora e escritora. Seus livros lhe renderam a cadeira 39 na Academia Mato-grossense de Letras, local que era frequentado majoritariamente por homens.

Além disso, deu aulas de francês no Colégio Estadual de Mato Grosso, hoje Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller, mas principalmente de música. Começou a aprender piano aos cinco anos de idade com uma professora polonesa. Promoveu recitais e formou muitos músicos na capital. Lecionou piano para centenas de crianças, jovens e adultos. Concluiu um curso de especialização em música brasileira aos 89 anos de idade.




Ana Martinha da Silva — Foto: Secom-MT




Ana Martinha da Silva

Nascida em Chapada dos Guimarães e registrada apenas aos quatro anos de idade, Ana Martinha da Silva presenciou momentos importantes do país como abolição da escravidão, repressão à liberdade de imprensa e a submissão à expansão da mulher no mercado de trabalho. Era filha de escravos, e em seus relatos, contou ter visto seus pais serem libertados pela Lei Áurea.

Foi registrada no livro de recordes brasileiros como a mulher mais velha do mundo, em 22 de dezembro de 2003, quando tinha 123 anos de registro e 127 anos de vida. Chegou a entrar para o Guinness Book ou Livro dos Recordes como a mais velha do mundo.





Tereza de Benguela — Foto: Arquivo



Tereza de Benguela

Tereza foi rainha do quilombo do Quariterê que na época era o maior de Mato Grosso. Se tornou líder do quilombo após a morte de seu companheiro José Piolho, morto por soldados. Resistindo à escravidão por duas décadas. Ela nasceu na África e foi trazida como escrava para Mato Grosso, no século XVIII e viveu no Vale do Guaporé. O quilombo de Quariterê foi destaque por sua organização e autossuficiência e por ter sido comandado durante 27 anos por uma mulher.

Sua liderança se destacou com a criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de defesa. Ali, era cultivado o algodão, que servia posteriormente para a produção de tecidos. Havia também plantações de milho, feijão, mandioca, banana, entre outros.

A organização do quilombo fez com ele sobrevivesse, por mais de três décadas, às investidas dos bandeirantes. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século.

Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770. Alguns quilombolas conseguiram fugir ao ataque e o se reconstruíram. Em 1777 foi novamente atacado pelo exército, sendo finalmente extinto em 1795.

 




FONTE: G1
 

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