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10/03/2021 | 08:41

Agravamento da pandemia potencializa inadimplência

Redação Tv Mais News

Agravamento da pandemia potencializa inadimplência

Foto: Christiano Antonucci | Secom-MT

Empresas que aderiram à linha de crédito financeiro para não quebrar durante a crise causada pela pandemia em 2020 voltaram a pedir socorro às autoridades. Endividadas com os empréstimos contraídos por meio dos programas de apoio, essas empresas vivem a aflição de mais um período de lockdown e, consequentemente, um acúmulo das dívidas.

Ao contrário do que se esperava no fim de 2020, os problemas econômicos que comprometeram a saúde financeira dos negócios ao longo daquele ano não acabaram, e ainda foram agravados em 2021. A euforia criada pelo anúncio do começo da vacinação, em dezembro, durou pouco.

“Até tivemos bons resultados com as vendas em dezembro e janeiro deste ano, mas em fevereiro já teve queda nas vendas, com o anúncio de um novo fechamento. As reduções de horários de atendimento, por exemplo, nos shoppings, deixam muito prejudicados os lojistas, que no ano passado tiveram prejuízos. Pagou para trabalhar”, desabafa Manoel Procópio, vice-presidente da Fecomércio-MT.

Endividados com fornecedores, despesas trabalhistas e sem capital de giro, muitos empresários recorreram à linhas de crédito para passar pelo período de crise. Uma das opções, criadas especialmente para o momento da pandemia, o Pronampe, surgiu como uma esperança. As vantagens vinham de uma taxa de juros máxima da Selic + 1,25% ao ano; carência de oito meses; e prazo de quitação das parcelas em 36 meses, incluído o período de carência.

O reconhecimento de que a crise só piora é confirmada pelas próprias ações de governos. A União, nesta segunda-feira (8), permitiu a prorrogação do período de carência para empresas tomadoras de empréstimos junto via Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Porém, o prazo dado ainda foi pouco.

“Tivemos a prorrogação da carência por mais três meses, pelo governo federal, o que ainda é pouco. Precisamos que esse adiamento seja de 12 meses, não só para o Pronampe, mas todos os créditos adquiridos com o FCO [Fundo de Financiamento do Centro-Oeste] e também com o programa do Desenvolve MT”, destaca Manoel.

Os pagamentos dos empréstimos feitos pelo Pronampe começam já neste mês de abril. “Dar mais prazo é fundamental, principalmente para segmentos como bares, restaurantes e eventos, os mais prejudicados. Esse último, então, está há um ano sem poder trabalhar e a situação está insustentável”, afirma.

Dívida acumulada é cobrada de uma vez
O retorno da cobrança de empréstimos adquiridos junto ao Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) pegou os credores de surpresa. Na manhã de terça-feira (9), a prorrogação dos prazos dos pagamentos foi abordada na 2ª Reunião Extraordinária da Comissão de Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia Legislativa, por videoconferência.

“Ele foi suspenso durante a pandemia, mas quando passou o prazo, os bancos que concederam cobraram tudo de uma vez – ou seja, se faltava cinco meses para eu pagar, o valor acumulou e foi cobrado em um mês. Isso inviabiliza os caixas das empresas, ainda mais desse fundo, que tem maior adesão”, justifica.

Na discussão, o grupo também pediu a ampliação da carência do Fundo Geral de Turismo (Fungetur), além da criação de novo financiamento para socorrer os afetados pela pandemia, por meio de recursos do Desenvolve MT e do governo federal.

“A situação vivenciada por diversos segmentos econômicos é bastante delicada, por isso essa reunião com empresários e Poder Legislativo é extremamente necessária. Solicitei ao senador Welinton Fagundes [PL] a criação de novas linhas de crédito para socorrer as empresas de forma imediata. Além disso, é essencial que os prazos do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) sejam estendidos”, declarou José Wenceslau de Souza Júnior, presidente da Fecomércio-MT.




FONTE: ESTADÃO MATO GROSSO

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