“Agora, iremos para cima com fechamento de estabelecimentos comerciais, prisões e multas se assim for preciso para fazer valer o decreto. É tolerância zero com o descumprimento das medidas de segurança”, é o que garante Alexandre Bustamante, secretário de Segurança Pública sobre as próximas ações para intensificar as fiscalizações em Cuiabá e Várzea Grande, a partir dos próximos dias.

De acordo com o secretário, a operação dispersão lançada nesta quinta-feira (11) irá contar com a Polícia Militar, participação da Polícia Judiciária Civil (PJC) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). O período de medida orientativa para a população e empresários já passou e a partir de agora, as multas e fechamentos irão acontecer, segundo Bustamante.

Um balanço feito pela Polícia Militar, mostrou que entre a noite de sexta-feira (5) e a madrugada desta segunda-feira (8), 507 aglomerações foram desfeitas pela PM e 40 pessoas tiveram que ser conduzidas às delegacias por descumprimento das medidas impostas pelo decreto estadual.

Com a vigência do decreto estadual n° 836, com medidas restritivas para conter a disseminação da Covid-19 em Mato Grosso, a população não pode circular entre as 21h e as 5h, salvo algumas exceções. O comércio que atua com delivery pode funcionar até as 23h, mas o atendimento presencial precisa se encerrar às 19h, junto com as demais atividades e serviços.

A empresária Suzana Zigante, uma das sócias do restaurante Da Feira Café e Tapiocaria, localizado na Rua 24 de Outubro, em Cuiabá, conta que antes da pandemia o horário de funcionamento de seu estabelecimento era até as 22h. Com os primeiros decretos em decorrência do novo coronavírus e com a frota de ônibus reduzida, reduziu-se o atendimento presencial até as 20h30. Hoje, tendo que fechar às 19h, a empresária relata que o horário do delivery está tranquilo para eles, mas ter que fechar às sete da noite já não é tão ok assim.

“Esse horário tem sido terrível. Não é o horário que o pessoal costuma comer. O maior volume é desse horário em diante. É o costume da nossa população”, afirma Suzana.

A empresária relata que a fiscalização ainda não passou por seu estabelecimento, ela acredita que isso se dá ao fato de que poucos restaurantes ali da região abrem à noite, mas, por estar próxima a restaurantes como Choppão e Cedrus, e também por fazer parte da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), ela sabe que a fiscalização tem ocorrido.

“Os outros donos de restaurante estão falando a todo momento “ó, tá tendo fiscalização”, “eles estão vindo”, “estão parando funcionário meu na rua, pedindo comprovação se trabalha no ramo”, ou questionando por que está na rua”, declara Suzana.

O comandante geral da Polícia Militar, Jonildo José de Assis, disse que a instituição irá continuar agindo da mesma forma que tem agido desde o início da pandemia, com barreiras conforme o decreto estabelecido pelo Estado, controlando a população, colocando ordem para evitar aglomerações e desrespeito ao decreto.

“Nossa tropa já está trabalhando há um ano nas ações preventivas ao tocante à covid-19. A ideia é justamente trabalhar no sentido de minimizar as questões contra a infecção em um momento delicado, tendo em vista que nossos leitos nos hospitais se encontram lotados”, falou.

A Inteligência da Polícia Militar tem atuado para monitorar e fechar festas clandestinas. Já o Corpo de Bombeiros irá auxiliar as forças de segurança para que o decreto seja cumprido em sua integridade.

“Nosso objeto é persuadir para que todos permaneçam em suas casas no horário determinado e colabore com a questão sanitária do estado de Mato Grosso. Eu tenho acompanhado e o fluxo é muito pequeno de veículos, mas obviamente que existem as exceções”, disse Alessandro Borges, comandante geral do Corpo de Bombeiros.