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16/10/2017 | 11:59

Força Nacional impede ocupação de usina por indígenas em Mato Grosso

O Livre

Força Nacional impede ocupação de usina por indígenas em Mato Grosso

Foto: Reprodução

Cerca de 200 Indígenas das etnias munduruku, apiaká e kayabi foram recebidos com bombas de efeito moral no último sábado (14) por agentes da Força Nacional durante tentativa de ocupação do canteiro de obras da Usina São Manoel, no Rio Teles Pires, na fronteira entre Mato Grosso e Pará. Ainda assim os indígenas conseguiram entrar e conversaram com alguns responsáveis pelas obras.

Neste momento, o grupo está no município de Alta Floresta, onde aguarda a chegada do presidente da Funai e de procuradores de Justiça para atenderem às reinvindicações da comunidade. Eles foram levados até lá em carros da Empresa de Energia São Manoel (EESM), horas depois de conversarem com os diretores e representantes do consórcio que toca a obra.

A presença da Força Nacional foi solicitada pela EESM e atendida pela Justiça Federal em Sinop. A operação começou nesta sexta-feira, 13, conforme comunicado do Ministério de Justiça e Segurança Pública e até então nenhum confronto tinha sido registrado. A primeira ocupação da usina ocorreu em julho deste ano por lideranças do povo mundurucu.

Segundo Patxom Metuktire, coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Colíder, responsável pela região, o conflito já foi pacificado e a expectativa é de que ainda hoje os indígenas sejam recebidos pelas autoridades e voltem às suas aldeias até amanhã. “O pessoal técnico da Funai já está lá e a conversa já está bastante adiantada, eles foram hospedados em um hotel a pedido da empresa e a situação é tranquila”, comentou.

Lideranças indígenas enviaram uma "carta-denúncia" a Brasília, no último dia 6 deste mês, cobrando que autoridades visitem as comunidades para verificar os "prejuízos da obra" à subsistência de milhares de famílias. "A gente se banha no rio, mas sabemos que o rio não é bom para banhar, aparecem coceiras na pele. (...) A gente vai pescar e não pega mais muitos peixes, não pode mais pescar como é da nossa cultura, tem que pescar à noite e mergulhando e isso é perigoso", diz o texto divulgado pela ONG Fórum Teles Pires.

Os índios temem que a área sofra mais impacto após o enchimento do reservatório da usina, previsto para este mês. Eles pedem que o Ibama suspenda a licença de operação da hidrelétrica, liberada no início de setembro, enquanto não houver diálogo com os moradores.

A empresa garante estar cumprindo com compromissos de compensação ambiental acordados com as comunidades e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

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