30/03/2021 | 08:39
Redação Tv Mais News
Mesmo com os setores econômicos trabalhando para não voltar ao cenário de suspensão de todas as atividades não-essenciais, o agravamento da pandemia no país impede projeções mais otimistas. Esse é o caso da indústria.
“Esperamos, em nosso cenário base, que as novas medidas de isolamento social não sejam tão restritivas e/ou duradouras como em 2020. Isso, somado ao fato de os agentes econômicos estarem mais preparados para operar sob restrições de aglomerações, farão com que a queda na atividade nos meses de março e abril seja menor que a registrada no ano passado”, pontua a Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Neste mês de março, a entidade que representa segmentos da indústria nacional afirmou que a segunda onda interrompeu a expectativa de recuperação econômica no 1º trimestre.
“Como em março de 2020, novamente há muita incerteza sobre como se dará a evolução da pandemia nos próximos meses e, consequentemente, quais serão as medidas tomadas para lidar tanto com a questão de saúde, como com os efeitos econômicos. Ainda não está clara a profundidade da queda da atividade, nem se haverá medidas de apoio às empresas”, discorre a entidade.
Agora, o novo processo de retomada da atividade econômica deverá ser iniciado a partir de maio. O cenário considerado como base estima que a produção da indústria de transformação caia 19% em março e abril. A queda será inferior à registrada nos mesmos meses de 2020, quando chegou a 31%, e levará o nível de produção para um patamar próximo ao observado em junho de 2020. Nessas circunstâncias, a expectativa é de crescimento de 3% para o PIB de 2021 e de 4,3% para o PIB industrial.
No cenário mais otimista, a previsão é de uma queda menos intensa que a registrada em 2020: 3,6% no acumulado de março a abril. No entanto, esse resultado ainda não prevê os recentes impactos da pandemia. A melhora é esperada para o início de maio, com o avanço da vacinação.
“Para que essas previsões se concretizem é preciso que, a partir de maio e no máximo junho, já tenhamos equacionadas as questões das restrições econômicas causadas pela segunda onda. Isso pode acontecer pelo andamento e também pela chegada da vacina, que é o evento definitivo para que a gente tenha segurança e estabilidade de previsão do cenário econômico para o ano”, avalia Gustavo Oliveira, presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
Segundo a confederação, a piora significativa da situação sanitária obrigará os entes públicos a endurecer as medidas de distanciamento social e de restrição da atividade econômica, que também durarão mais tempo. Neste cenário, o pior deles, o nível de atividade econômica de abril de 2021 será pouco superior ao de abril de 2020, ou seja, será próximo ao pior momento da pandemia no ano passado. Estima-se uma retração de 11,8% da atividade em março e abril.
Ressaltando que essas expectativas foram sido construídas com base em incertezas, o presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, aposta na recuperação.
“De maneira geral, o cenário ainda é otimista para a indústria como um todo. Claro, alguns [segmentos] serão mais impactados neste primeiro e no segundo trimestres pelo avanço da epidemia, mas esperamos que a média seja de crescimento positivo neste ano”, finaliza.
Fonte: ESTADÃO MATO GROSSO