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Notícias / Cidades

01/04/2021 | 09:43 - Atualizada em 01/04/2021 | 09:46

Apresentador de TV usa "remédio experimental" e melhora em Cuiabá

Andersen segue internado, mas infecção está controlado

Redação TV Mais News

Apresentador de TV usa

Foto: REPRODUCAO

Aproveitando o caso do jornalista e apresentador Andersen Navarros, de 53 anos, que teve mais de 50% dos pulmões comprometidos pela Covid-19 e continua internado num hospital particular de Cuiabá fazendo tratamento, o médico Germano Alves Pacheco comentou sobre a prática adotada por alguns profissionais, de indicar medicamentos destinados a outras doenças, como uma "medida experimental" na tentativa de conter a infecção causada pelo coronavírus. No caso do jornalista, foi utilizado o Tocilizumabe, medicamento de alto custo destinado ao tratamento de pacientes com artrite reumatoide. 

No caso de Andersen, a iniciativa deu certo e a infecção foi controlada de modo que ele continua internado fazendo fisioterapia e sendo monitorado quanto ao comprometimento pulmonar. O profissional da comunicação foi internado no Complexo Hospitalar de Cuiabá no dia 16 de março e a fase mais crítica já foi superada. 

"Ele tem evoluído muito bem. Respondeu muito bem a essa medicação. Os marcadores inflamatórios dele caíram bastante seguidamente nos dias que se seguiram a essa aplicação dessa injeção. Os marcadores de infecção bacteriana não aumentaram. Então, a gente está conseguindo controlar ele sem uma infecção bacteriana oportunista grave. Ele ainda evoluiu na doença no comprometimento pulmonar", explicou o médico Germano Alves numa entrevista concedida de forma remota ao jornalista Igor Taques, diretor da Cidade Verde, Igor Taques, emissora onde Andersen trabalha atualmente. 

Conforme o profissional médico, apesar da melhora, Andersen ainda precisa de cuidados contínuos. "Ele teve uma lesão muito importante dessa Covid, mas nos últimos dias ele tem evoluido muito bem. É um quadro muito grave, estável com indicação de melhora. Ele tem feito fisioterapia, tem sido acompanado de perto com fisioteraputa que coordena a equipe e feito a fisioterapia adequada pra esse momento que ele precisa é recuperar o pulão. É uma recuperação lenta, mas está na via de melhora", explicou o médico.

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DIAGNÓSTICO TARDIO

Na entrevista, o médico explica que o jornalista chegou ao consultório com diagnóstico tardio para a Covid-19 com acometimento de mais de 50% dos pulmões, apresentando um quadro bem delicado. "Ele iniciou um tratamento muito tardiamente e a gente solicitou alguns exames e percebeu que não estava evoluindo da forma como a gente conseguiria manter de uma forma segura o tratamento ambulatorial. Então, foi indicado pra ele a internação num apartamento onde pudesse ser mais bem avaliado com mais frequência, pra gente fazer um acompanhamento mais próximo. E no decorrer da internação a gente percebeu que ele estava numa fase inflamatória muito intensa", explicou o médico. 

Conforme o profissional, o paciente quando entra na fase inflamatória a equipe médica responsável precisa tentar segurar a inflamação. "Nesse caso, recorremos a algumas medicações que a gente usa, como cortidóide e ele não respondeu muito bem ao tratamento que a gente propôs inicialmente. Então, nesse caso quando o paciente não responde a essa tentativa inicial de segurar a inflamação decorrente dessa fase da Covid, a gente tende a indicar essa medicação que ele fez o uso que foi o Tocilizumabe, que é uma medicação que diminui a resposta inflamatória do paciente porque ela inibe uma via de inflamação que é mesma via desencadeada em outras doenças. Essa medicação é reposicionada que a gente chama, uma medicação que não é pra Covid. Ela é uma medicação pra artitre reumatóide", colocou Germano Alves. 

No caso de pacientes, com artrite reumatóide a medicação é utilizada quando não se consegue resolver a inflamação com outras medicações. "A gente usa essa medicação com muito boa resposta na artitre reumatóide. E lá no início da pandemia começaram a sair estudos que o paciente hiperinflamado na Covid, uma das vias inflamatórias que se elevam essa cascata de inflamação, que a gente chama de tempestade de citocinas, que é o momento em que o Anderson estava, uma das vias de inflamação é a ativação da interleucina 6. A gente usa essa medicação esperando então diminuir essa hiperinflanação", comentou. 

INDICAÇÃO MÉDICA E RISCO DE MORTE

Ao mesmo tempo, o médico alerta que a medicação não deve ser utilizada por conta própria por pessoas infectadas pela Covid. "Ela tem que ser bem indicada no momento certo, pra pessoa certa porque um dos efeitos colaterais que essa medicação pode levar é uma depressão do sistema imunológico e se a gente indicar ela no momento errado o paciente pode ter uma infecção bacteriana oportunidata que norlmalmente é grave e leva a uma complicação grave que é a sepse e muitos pacientes evoluem pra óbito por uma infecção bacteriana. Tem que ter todo um cuidado para indicar, o paciente não pode ter infecção bacteriana grave, ele tem que estar com uma cobertura boa de antibiótico, tem que ficar monitorizado porque ao menor sinal de infecção bacteriana a gente tem que controlar essa infecção que pode surgir", alertou. 

MEDICAMENTO EXPERIMENTAL

Também profissional da medicina conhecido na Capital, o médico Werley Peres, ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, confirmou que o uso desse fármaco para tratar pacientes com Covid é uma aposta sem comprovação em evidências científicas. "Na verdade isso na medicina chamamos de uso off label. Uso que não está recomendado na bula. No caso da Covid é uma tentativa, mas não há evidências robustas de que funcione. Mas alguns médicos em alguns serviços estão prescrevendo. Aqui em Cuiabá não sei quem está fazendo", disse Werley Peres num grupo de WhatsApp na semana passada ao responder o questionanento de um participante do grupo sobre o motivo de um medicamento usado para tratar artite reumatoide ter sido indicado ao jornalista infectado pela Covid-19.

A curiosidade sobre o medicamento aumentou porque a família do jornalista na época encontrava dificuldades para encontrar o remédio em farmácias de Cuiabá e por isso uma mensagem pedindo ajuda foi viralizada no dia 20 de março em vários grupos de WhatsApp com jornalistas e médicos . A mensagem dizia que Andersen precisava do medicamento Tocilizumabe 162 mg que estava em falta nas farmácias e pedia ajuda para conseguir o fármaco.

Consultas na internet mostram que o medicamento chega a custar R$ 6 mil. 







FONTE: FOLHA MAX

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