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02/04/2021 | 10:05

Quarentena derruba preços do etanol em Mato Grosso

Além redução na demanda pelo biocombustível, usinas retomaram a moagem de cana, aumentando a disponibilidade, o que pressiona o valor na bomba

Redação Tv Mais News

Quarentena derruba preços do etanol em Mato Grosso

Foto: Reprodução/Tomaz Silva-Agência Brasil

O preço do etanol hidratado nas usinas de Mato Grosso encerra a última semana de março com queda de quase 11%. O recuo nos preços do biocombustível foi observado nos postos da capital, onde o litro, que chegou a ser vendido a R$ 4,19, caiu e passou a ser comercializado com preços entre R$ 3,19 e R$ 3,79, dependendo da região.

A redução nos preços do etanol hidratado é vista como um reflexo do agravamento da pandemia no país. A exemplo de Mato Grosso, a maioria dos estados e municípios estão endurecendo a medidas restritivas para conter a disseminação da doença em seus territórios.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) destaca que, no começo da 2ª quinzena de março, passaram a ser adotadas medidas com maior rigor em vários estados e municípios, que impactaram no consumo de combustíveis. As restrições mais duras em Mato Grosso iniciaram nesta semana e podem levar a novas quedas nos preços.

Além das medidas restritivas, ainda há um impacto da retomada na moagem da cana após o período de entressafra. Dados da Única apontam que 14 usinas da região Centro-Sul iniciaram os trabalhos neste período. Essas unidades processaram 1,67 milhão de toneladas de cana-de-açúcar durante a primeira quinzena de março. Desse total, quase 70% da matéria-prima foi destinada à produção de etanol, que alcançou 199,88 milhões de litros.

Conforme o indicador semanal do etanol hidratado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP), na semana do dia 22 a 26 de março, o valor de venda do etanol nas usinas mato-grossenses foi de R$ 3.113,43 por metro cúbido, ou R$ 3,113 por litro. Um preço cerca de 11% menor que o da semana anterior (R$ 3.497,33), entre os dias 15 e 19. Os valores coletados para essa pesquisa referem-se a negócios efetivados na modalidade spot, entre usinas e distribuidoras.

O preço levantado pelo Cepea não inclui o valor do frete, mas já inclui desconto do imposto estadual (ICMS) do hidratado, que é de 12,5% sobre valor de pauta – Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF). Durante as duas quinzenas de março, a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz-MT), manteve o valor de R$ 3,3021/litro como base de cálculo para o imposto.

Alta no imposto deve conter redução de preços

O ‘valor base do ICMS’ foi reajustado a partir desta quinta-feira (1). O cálculo da cobrança do ICMS para o etanol hidratado passa a ser R$3,6001/litro, reajuste de 9% ante o valor anterior (R$ 3,3021/litro). No dia 25, data da publicação do ato com os novos valores no Diário Oficial da União (DOU), o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo) solicitou à Sefaz-MT uma revisão da pauta dos combustíveis.

A entidade apontou que o reajuste no preço da pauta causava “surpresas também porque o mercado dá sinais de redução”. Usou como exemplo a situação do preço do barril do barril de petróleo que vem registrando quedas.

“Com aumento no preço de pauta, os reajustes para menos nas refinarias serão sentidos em menor proporção no início de abril. O Sindicato lembra que alterações na pauta refletem diretamente no custo do transporte”, destacou o Sindipetróleo.

Dessa forma, na próxima semana, se confirmada a tendência de queda de preços no litro de etanol para as usinas – em razão das medidas restritivas –, o novo valor base para o imposto, pode influenciar numa redução menor para o consumidor final.

A Secretaria de Fazenda afirma que não deve ocorrer nenhum movimento em abril em função do último ato da Sefaz e que o cálculo do preço ponderado pode ser alterado nos próximos 30 dias. Em resumo, a Secretaria pode reajustar a pauta para 2ª quinzena de abril, para mais ou para menos, pois esse é o prazo regulamentar.

O preço do etanol, além de ter apresentado queda, também está com uma demanda reprimida.

“Reajustes para mais afetam ainda mais a demanda que, por conta do recrudescimento dos efeitos da pandemia, já está em queda. A retificação da tabela de preço de pauta permitirá que realmente as quedas de preços provocadas pela Petrobrás e pelas usinas cheguem a sua plenitude aos consumidores mato-grossenses”, explica Nelson Soares Junior, diretor-executivo do Sindipetróleo.

 




FONTE: ESTADÃO MATO GROSSO

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