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Notícias / Economia

13/04/2021 | 08:47

Preço do etanol segue em queda nas bombas

Movimento de redução dos preços iniciado há cinco semanas desacelera, mas a conjuntura econômica deve forçar uma nova derrubada

Redação Tv Mais News

Preço do etanol segue em queda nas bombas

Foto: Imagem: (Reprodução/Internet)

As sucessivas quedas no preço do etanol nos postos de gasolina podem continuar ocorrendo nos próximos dias, mas em ritmo menos acelerado. O preço do combustível vendido diretamente nas usinas voltou a cair na última semana, finalizada no dia 9, passando a ser comercializado por R$ 2973,98 por metro cúbico (mil litros).

O valor da negociação na última semana apresenta redução de cerca de 1% em comparação com o da semana anterior, desacelerando o ritmo de queda iniciado há cinco semanas.

Com a entrada da nova safra de cana e a redução no consumo causada pelas medidas restritivas em várias partes do país, há forte pressão para queda dos preços. O analista Maurício Murici, da consultoria Agência Safras, explica que algumas usinas ainda resistem à redução dos preços, mas não devem permanecer assim por muito tempo.

“A entrada da safra nova ao mesmo tempo em que as medidas de afastamento social são endurecidas são dois vetores que se mostram constantemente presentes no mercado como uma bomba relógio que deve fazer os preços recuarem forte nas próximas semanas. Questões pontuais como o aumento das exportações de etanol não se mostram fortes o suficiente para neutralizar a oferta crescente do Centro-Sul ao mesmo tempo em que a demanda volta a dar sinais de fragilidade histórica”, disse Muruci.

O consumidor já tem sentido no bolso a diferença na hora de abastecer. No começo de março, o etanol estava sendo comercializado a R$ 4,53 nos postos de Cuiabá, perdendo vantagem para a gasolina, que era comercializada a R$ 5,49. À época, a razão de preços entre os dois combustíveis variava entre 0,72 e 0,82, dependendo do posto, tornando o derivado de petróleo mais vantajoso.

De lá para cá, a situação mudou completamente. Os preços da gasolina pouco mudaram, mas o etanol sofreu queda de 30%, em média, e já é comercializado a R$ 3,19 nos postos da capital.

ANP dá aval à venda direta

Defendida como alternativa para estimular a concorrência e diminuir os preços dos combustíveis, a venda direta de etanol das usinas para os postos de combustíveis é vista com bons olhos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Um decreto legislativo para acabar com a proibição da venda direta já foi aprovado pelo Senado Federal e aguarda análise da Câmara dos Deputados para ser promulgado. No entanto, essa questão esbarra em um problema tributário, que ainda está sob análise do Ministério da Economia.

O objetivo da proposta é reduzir o chamado "passeio do etanol" - quando o produto precisa percorrer longas distâncias da usina até as distribuidoras de combustíveis, mesmo com postos mais próximos das usinas. Autor do decreto legislativo que libera a venda direta, o senador Otto Alencar (PSD-BA) deu um exemplo real de sua proposta.

"O nosso colega [senador] Vanderlan Cardoso nos contou do passeio do etanol produzido em Perinópolis [Goiás], que vai para uma distribuidora e depois e vem para o posto de Perinópolis. São 640 km para chegar no consumidor. Esse passeio do etanol é que nós não entendemos, porque essas usinas não podem comercializar diretamente", afirmou.

A questão é que uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabelece que a comercialização álcool combustível sem um intermediário entre a usina e o revendedor precisa ser regulamentada de forma a garantir a isonomia tributária. A falta de atenção a este detalhe poderia ocasionar concorrência desleal e perda de arrecadação para o governo federal.

"A ANP não pode contrariar as premissas da política pública emanada pelo CNPE, haja vista que as questões tributárias ainda são tratadas pelo Ministério da Economia. Existe a divisão da arrecadação do PIS/Cofins entre produtor e distribuidor e a mera introdução da venda direta indiscriminada traria como efeito negativo um desequilíbrio concorrencial e perda de arrecadação", explicou Rodolfo Henrique de Saboia, diretor-geral da ANP, durante audiência pública promovida pelo Senado na última terça-feira (6).




FONTE: AGÊNCIA BRASIL

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