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19/04/2021 | 16:32

Enfermeira garante ter entregue provas à PC e vê "tática criminosa" de hospital em Cuiabá

Redação TV Mais News

Enfermeira garante ter entregue provas à PC e vê

Foto: REPRODUCAO

Numa longa nota assinada por sua assessoria jurídica e encaminhada à imprensa nesta segunda-feira (19), a técnica de enfermagem Amanda Delmondes Benício reafirmou as graves denúncias contra o Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá, feitas por ela no dia 5 de abril num boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil e várias entrevistas concedidas a diferentes veículos de comunicação. Ela ressalta que não é investigada no inquérito instaurado pela PJC.

Também nega que tenha agido por “vingança” e rechaça ilações de que teria problemas psicológicos como a diretoria do hospital particular teria alegado ao rebater as denúncias de maus-tratos e tratamento inadequado dispensado a pacientes com Covid-19 que ela trouxe à tona. “A estratégia do Hospital São Judas Tadeu em atacar a credibilidade da Sra. Amanda é uma muito tática utilizada por pessoas culpadas e ou criminosos, ou seja, a a melhor defesa é o ataque ao oponente, diz trecho do documento assinado pelo advogado Herbert Costa Thomann.

Dentre outros esclarecimentos, a profissional de enfermagem reafirma, por intermédio de seu representante, que todos os detalhes elencados por ela, como pouco efetivo de profissionais para cuidar de todos os pacientes, deixando alguns “jogados por vários dias sem tomar banho”, são situações que ela vivenciou e só denunciou pensando no bem-estar dos pacientes. Amanda também reafirma que apesar dos valores exorbitantes que o hospital cobrava por diárias e medicamentos utilizados por pacientes, a estrutura não era adequada para alguns tratamentos e procedimentos.

A nota ainda questiona a qualidade dos profissionais da unidade de saúde. “Quanto a declaração do Dr. Arnaldo Patrício, diretor geral do Hospital São Judas Tadeu, de que a Sra. Amanda mente por vingança e que trata-se de uma pessoa descontrolada toda sorte não lhe acompanha. O Hospital São Judas Tadeu teve, sim, uma unidade semi-intensiva denominada SEMI-UTI instalada de forma improvisada no Hospital São Judas Tadeu, sem os devidos credenciamentos pelos órgãos competentes, contratando profissionais sem especialização médica suficiente (médicos recém formados e sem especialização)”, diz trecho da nota.

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Após as denúncias feitas pela profissional que trabalhou no hospital particular por apenas dois meses virem à tona, familiares de pacientes que estiveram internados na unidade, também fizeram denúncias e relatos parecidos. Todos eles estão sendo ouvidos pela delegada Luciani Barros Pereira Lima. 

Para a enfermeira, o hospital pensou em faturar bastante durante a pandemia da Covid-19. “Importante destacar que os fatos estão sendo apurados por autoridade competente, e não cabe a Sra. Amanda discutir as irregularidades e crimes praticados no Hospital São Judas Tadeu de forma extrajudicial. A verdade virá à tona. A Sra. Amanda tem a consciência limpa e tranquila, pois sabe que fez o correto em denunciar as condutas praticadas pelo Hospital São Judas Tadeu e seus diretores, no que concerne a arrecadação de renda estratosférica em detrimento da saúde da população Mato Grossense”, esclarece a técnica de enfermagem.

Conforme o advogado que assina o documento, o ato de coragem praticado por Amanda Delmondes ao denunciar as condutas do Hospital São Judas Tadeu não teve intenção de ganhar fama, dinheiro ou prejudicar seja lá quem for. “Muito importante deixar registrado que tal atitude não a beneficia, somente lhe traz prejuízos profissionais, financeiros, e de saúde”, pontua ao explicar que ela já foi ouvida pela Polícia Civil e continua à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas, inclusive, seja no inquérito policial ou qualquer procedimento administrativo que vier a ser instaurado no Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e no Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) ou outra autoridade competente para investigar as denúncias por ela apresentada.

Amanda já entregou documentos e provas que ela tinha para atestar a veracidade das denúncias e pontua tratar-se de documentos  que precisam continuar sob sigilo por envolver direito de saúde de outras pessoas. Depois de registrar boletim de ocorrência e conceder entrevistas falando sobre maus-tratos e condutas negligentes do hospital em relação a alguns pacientes, Amanda Delmondes afirma que passou a sofrer ataques e ter sua sanidade mental questionada.

O advogado ressalta que ela se reservará ao seu direito de responder a qualquer procedimento judicial ou administrativo e apresentará defesa. Antecipa, no entanto, que “a assessoria jurídica irá tomar todas as medidas judiciais e criminais cabíveis contra àqueles que estão a denegrir sua imagem como cidadã de boa índole ou profissionalmente”.

Afirma ainda que “sua saúde mental está apta, seu profissionalismo e capacidade para desempenhar suas atividades profissionais não foram colocadas em xeque em nenhum momento, e sua conduta ética/moral são inabaláveis”. Ainda na mesma nota, ela pontua que após o início da pandemia da Covid-19 o psicológico de todos os profissionais da linha de frente da batalha contra o vírus mudou. “Profissionais trabalhando com escassez de materiais, vendo pessoas em situações gravíssimas todos os dias, medo de levar a doença para seu lar, e isso desencadeia um sentimento de impotência em relação à própria doença, e diante disso resolveu denunciar os fatos relatados que são de conhecimento geral. Não quer dizer que esta profissional esteja inapta ou que ela seja descontrolada. Todo o fato narrado por Amanda visa apenas um objetivo: salvar vidas”, conclui a nota.
















FONTE: FOLHA MAX
 
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