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05/11/2017 | 08:57

​Após receber denúncia, Taques se compromete exonerar 2 coroneis do Governo

Folhamax

​Após receber denúncia, Taques se compromete exonerar 2 coroneis do Governo

Foto: Reprodução

O governador Pedro Taques (PSDB) teria “assumido o compromisso” de exonerar o então comandante-geral Polícia Militar de Mato Grosso, o coronel PM Zaqueu Barbosa, além do ex-chefe da Casa Militar, o também coronel da PM Airton Siqueira, em outubro de 2015, após o ex-secretário de Segurança Pública (Sesp-MT), Mauro Zaque, protocolar o primeiro dos quatro ofícios na Casa Civil denunciando a existência de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso.

A declaração foi dada pelo ex-secretário executivo da Sesp-MT, Fábio Galindo Silvestre, em depoimento ao Ministério Público Estadual (MP-MT), no procedimento investigatório criminal contra Mauro Zaque, que é promotor de Justiça, acusado por Pedro Taques de “falsificação de documento público, prevaricação e denunciação caluniosa”. O MP-MT concluiu que Zaque não era culpado e determinou o arquivamento da representação.

“[Fábio Galindo afirma] Que o governador Pedro Taques teria assumido o compromisso de exonerar o então Comandante Geral da PM Cel. Zaqueu Barbosa, bem como o Cel. Airton Siqueira, então Secretário da Casa Militar”, diz trecho do procedimento investigatório.

Galindo afirma ainda que o governador autorizou Mauro Zaque a informar a exoneração aos oficiais da PM, dizendo que assim que ouviram que não ocupariam mais os cargos de confiança no poder executivo, os coronéis “não apresentaram resistência”. 

“O declarante não participou dessas conversas, mas o Dr. Mauro Zaque reportou ao declarante que de fato chegou de conversar com ambos e os mesmos não apresentaram resistência inclusive concordando com as exonerações respectivas colocando à disposição para marcar data de transmissão do comando da PMMT”, disse Galindo.

Porém, os dois coronéis permaneceram no Governo, enquanto Zaque deixou o cargo na Segurança Pública. Zaqueu deixou o comando da PM em 2016, só após se aposentar. Já Siqueira, saiu da Casa Militar para assumir a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT) em janeiro de 2017. 

O ex-secretário executivo da Sesp-MT afirmou ainda que enquanto Mauro Zaque informava a exoneração aos oficiais da PM, o governador Pedro Taques viajou a São Paulo (SP) para “conversar” com o então secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. “[Galindo] esclarece que nessa ocasião enquanto o Secretário Mauro Zaque conversava çom os Coronéis Zaqueu e Siqueira, o governador deslocou-se para São Paulo-SP para conversar com Paulo Taques (então Secretário Chefe da Casa Civil), o qual estaria naquela localidade, não sabendo dizer se foi na mesma data, mas foi no mesmo período”, diz outro trecho do procedimento investigatório.

Fábio Galindo Silvestre disse também que a demora do Governador em assinar as exonerações do então comandante da PM e do chefe da Casa Militar motivaram ele e Mauro Zaque a protocolarem o segundo ofício na Casa Civil, denunciando a prática de interceptações telefônicas ilegais no Estado.

“Todavia como no decorrer da semana não foram tomadas as providências imediatas o declarante e o então Secretário Mauro Zaque entenderam por bem em protocolar diretamente no setor de protocolo postal da Secretaria da Casa Civil do Palácio do Governo, inclusive o declarante estava presente”.

Zaqueu e Siqueira são apontados como personagens fundamentais no esquema de grampos ilegais. Zaqueu foi preso em maio deste ano acusado de ser um dos chefes do grupo.

Siqueira, que também teria atuado para colaborar com o grupo, foi preso em maio deste ano na “Operação Esdras”, que apurou esquema de obstrução a Justiça por parte dos suspeitos de grampos ilegais. Ele foi solto na última terça-feira por decisão do ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça.

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