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07/11/2017 | 09:40

Secretaria de Estado de Cultura deve R$ 1,8 milhão a artistas de Mato Grosso

O Livre

Secretaria de Estado de Cultura deve R$ 1,8 milhão a artistas de Mato Grosso

Foto: Assessoria

Ter o nome nas primeiras fileiras do alfabeto nunca foi tão bom. Pelo é menos é assim que deve se sentir os quatro únicos artistas contemplados pelo projeto Circula MT, cuja seleção foi concluída em dezembro do ano passado. Os outros 30 selecionados ainda estão sem receber. Ao todo, a Secretaria de Estado de Cultura deve R$ 1,8 milhão a estes artistas.

O Circula MT prometia R$ 60 mil para cada um dos 34 projetos inscritos e escolhidos nas categorias artes visuais, música, circo, dança e teatro. Em contrapartida, os vencedores deveriam oferecer oficinas e garantir a gratuidade dos shows e eventos, cuja produção é relativamente cara.

Alguns artistas, no entanto, iniciaram a produção do projeto mesmo sem receber, na expectativa de que o dinheiro poderia ser pago em poucos meses. Outros, mais cautelosos, preferiram esperar.

Um dos poucos contemplados com o dinheiro que finalmente saiu foi o músico Alex Teixeira, que a partir desta segunda-feira (06) passará por quatro municípios oferecendo oficinas de música instrumental gratuita e shows à população do interior do estado. A turnê se chama “Gancho-Mocho nos Tambores”.

A mesma ‘sorte’ não teve o músico Rogê Além. Ele foi contemplado com o projeto “Canções de Poesia: Em Trânsito”. No dia 16 de outubro, venceu o último prazo oferecido pela Secretaria para realizar os repasses aos participantes da categoria de música.

“O meu projeto estava previsto para começar a ser produzido em março deste ano, mas aí ficou um longo período sem ninguém falar nada. Depois do prazo de outubro, eles mandaram um e-mail falando que a Sefaz começaria a liberar os recursos. E aí então eles quitaram três projetos somente”, conta o músico.

A música Karola Nunes, responsável pelo projeto "Somos Som em Fluxo" sofre do mesmo problema. "O que seria uma forma de fomentar a cultura acaba queimando o filme dos artistas, porque nós temos que desmarcar compromissos e isso acaba gerando um desgaste enorme", comenta ela, que teve que cancelar compromissos com pelo menos 30 contribuidores do projeto. 

Tanto ela quanto Rogê Além se dizem desacreditados quanto ao argumento de que "falta dinheiro" para os projetos. "A gente sabe que não é isso.  Verba tem, mas eles acabam protelando, porque é cultura. Esquecem que a cultura movimenta o mercado também e gera emprego", disse Karola. 

Problema geral

Os vencedores do Circula MT 2016 não são exceção. Produtores culturais e artistas que firmaram convênio com a Secretaria também sofrem do mesmo problema. O produtor Kelson Panosso, realizador do Festival de Arte e Cultura Mato-grossense, em Lucas do Rio Verde, relata que todos os que trabalharam no evento estão sem receber. O festival custou R$ 170 mil, recurso que seria retirado de emenda parlamentar já aprovada.

“Lá em Lucas nós não conseguimos pagar nada. E a Secretaria não nos dá prazo, já são mais de 90 dias e a única informação que eu tenho é de que não há dinheiro liberado. E não tem nem a possibilidade de pagar com o próprio dinheiro, porque o convênio é por meio de pessoa jurídica e depois é preciso pagar a conta”, lamentou Panosso.

Além do evento em Lucas, a Secretaria deixou de repassar R$ 70 mil a uma Mostra de Dança também realizada pelo produtor. Ele conta que, ao todo, a dívida com artistas e equipe técnica soma R$ 220 mil.

Outro lado

Por e-mail, a assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura confirmou que até o momento R$ 240 mil foram pagos aos projetos. Somente os artistas Adriano da Silva Dantas, Alex Paulo Teixeira de Souza, André Balbino Ferreira e Carolina Miranda Barros foram pagos. A ordem alfabética, segundo a pasta, é um critério "justo e imparcial".

A assessoria também repetiu a explicação oferecida aos artistas e produtores culturais, de que os pagamentos estão condicionados ao cronograma de repasses da Secretaria de Fazenda e que, por conta disso, não pode oferecer um prazo para quitar as dívidas. 

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