O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, e o secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi, decidiram entrar na Justiça para garantir a desfiliação do PSB. Eles teriam direito a mudar de partido somente em março de 2018, quando se abre a janela de infidelidade partidária dos deputados estaduais.

Botelho já definiu seu destino partidário. "Assim que conseguir a liberação, vou me filiar ao DEM", informou o deputado. Russi, por sua vez, ainda não definiu a nova filiação.

A motivação do processo é a saída de aliados do partido por desentendimentos com a direção nacional, combinada à mudança da direção estadual em uma "canetada". O ex-presidente do PSB em Mato Grosso, o deputado federal Fábio Garcia (sem partido), quase foi expulso do PSB, por contrariar a orientação partidária e votar a favor da reforma trabalhista.

Em abril, Garcia foi destituído da presidência e, em seu lugar, foi nomeado o deputado federal Valtenir Pereira. A sigla, que dava sustentação aos governos de Michel Temer (PMDB) e Pedro Taques (PSDB), rompeu com ambos.

Fábio Garcia e o outro deputado federal da sigla, Adilton Sachetti, acabaram se desfiliando em outubro. O ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, também decidiu se desfiliar.

Um processo semelhante foi movido pela deputada estadual Janaina Riva em 2015, quando o PSD, que era oposição, entrou na base do governo Taques e passou a ser dirigida pelo vice-governador, Carlos Favaro (ex-PP). Ela conseguiu autorização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e saiu do partido. Meses depois, se filiou ao PMDB.