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O delegado Caio Fernando Albuquerque, responsável pelo núcleo de investigação de homicídios cometidos a mando de facções da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), criticou as pessoas que defendem o chamado ‘tribunal do crime’ e afirmou que este poder paralelo apenas se finge de amigo da sociedade, mas sempre cobra uma moeda de troca: “Estão aguando uma semente do mal”.
Caio diz saber que a Segurança Pública não vai conseguir estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Porém, pontua que “pensar que deve-se creditar suas necessidade a um poder criminoso, paralelo, é estar diariamente aguando uma semente do mal”.
“Não é porque você é um colaborador do crime, que amanhã ele não pode voltar para você. Este poder paralelo não é, nunca foi e nunca será amigo do bairro. Isso é o que fazem as forças de segurança”, completa o delegado.
Caio lembra ainda que, via de regra, os criminosos ainda cobram da população uma taxa para que as pessoas tenham essa falsa sensação de segurança. “O estado te fornece isso de graça. As pessoas não devem confundir as coisas. Não estou fazendo nada para o bem”.
O delegado explica que a criação no núcleo se deu para compilar as informações deste tipo de crime. Antes, acontecia a distribuição para todos delegados da unidade. Porém, agora tudo está sendo reunido na equipe especializada, com objetivo, inclusive, de vincular um assassinato com outro.
“É um tipo de crime que as pessoas têm muito medo de falar, mas mesmo assim temos conseguido identificar as autorias, comprovar as qualificadoras do homicídio. Geralmente é por vingança, por ter descumprido as regras deste comando paralelo. É um trabalho minucioso, que demanda tempo”, finalizou.
Fonte: OLHARDIRETO
