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Notícias / Cidades

15/12/2021 | 10:42

Vítima de feminicídio estava separada há seis meses e recebia ameaças do ex-marido

Redação TV Mais News

Foto: OlharDireto
 
 
Ana Paula Batista, de 40 anos, morta pelo ex-marido Roberto Epifanio, proprietário de um ‘espetinho’, na região do Pedra 90, em Cuiabá, estaria há cerca de seis meses separada depois da suspeita de abusos cometido por ele contra suas filhas. Apesar de o relacionamento com o funcionário da Copagaz, Sebastião da Silva, 38, ter pouco mais de 45 dias, o casal já estaria morando junto. 
 
Conforme as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante o período de separação, Roberto buscava manter contato com Ana Paula por meio de prestação de serviço. “Como ele é dono de um espetinho no Pedra 90, ele combinava com a vítima para ela preparar os acompanhamentos. Arroz, farofa, mandioca. Segundo relatos de familiares, essa era uma forma dele manter contato permanente com a vítima”, explicou o delegado Marcel Gomes, que preside inquérito.
 
Roberto, que demonstrava ter um comportamento amigável, mudou a postura ao descobrir que a ex-esposa estaria em um novo relacionamento. “As coisas começaram a vir para o lado da violência a partir do momento que a vítima inicia um relacionamento com Sebastião. Ela mantinha o relacionamento há aproximadamente 45 dias e desde então essa perseguição começou a se tornar mais intensa, com visualização por cima de muro, rondas constantes pelas imediações, sempre querendo saber o que a vítima estava fazendo e com quem estava”, pontua Marcel.
 
“Ele [Sebastião] já conhecida as filhas, era algo mais duradouro. Não era um relacionamento fugaz e esporádico. Já tinham conhecido família e já estavam convivendo sob o mesmo teto”, ponderou o delegado sobre o relacionamento das vítimas.
 
Cruel e sádico
 
O feminicídio e homicídio ocorreram no bairro São Francisco, na madrugada deste domingo (12). Alguns vizinhos escutaram barulho e ao longo do dia sentiram falta de Ana Paula. A filha de 21 anos chegou a enviar mensagens e ligar para mãe. Sem respostas, segue até o imóvel de Ana Paula e encontra a mulher e o namorado mortos, um ao lado do outro.
 
“Eu já estou há um tempo na Delegacia de Homicídios e falou que foi a pior cena, o pior homicídio, mais cruel, mais sádico que já vi na minha vida. Você percebe que as vítimas já se encontravam mortas e ainda assim, foram colocadas em determinadas posições e receberam diversas facadas nas costas, o que contabiliza um total de 64 facadas, 31 na mulher e 33 no homem”, afirma o delegado.
 
Roberto está foragido. 
 
 
Sobre o corpo de Ana Paula, o delegado que preside o inquérito afirma que foram encontradas lesões dos pés à cabeça. “Se você parar para analisar a dinâmica do corpo humano, tem facada dos pés a cabeça. Tem nas costas, pescoço, braços, mãos, o que indicam lesões de defesa, uma reação normal do próprio ser humano. Se outra pessoa vem para cima de você, sua primeira reação é tentar impedir que ele golpe chegue até você, justamente com os braços. Se constata isso na Ana Paula, diversas lesões nos braços e mãos. Mas você também verifica facadas fatais como, por exemplo, região do pescoço, peito, tórax, região das costas, barriga, perna, abdômen, braços, pé, tudo que você imaginar”, pontua.
 
Já com relação aos golpes encontrados no corpo de Sebastião, não há sinal de luta corporal. “Pelo contrário, indica uma surpresa. Há indícios de arrombamento na porta da residência. Provavelmente as vítimas foram pegas totalmente desprevenidas em cima da cama. Naquele momento que se abre a porta, já está ao lado da cama, então com certeza com a faca na mão, ele começa a realizar os golpes fatais contra as vítimas”, diz.
 
 
 

Fonte: OLHARDIRETO

 
 
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