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Notícias / Cidades

06/01/2022 | 07:17

Infectologista diz que número baixo de casos de 'Flurona' se deve à pouca testagem com 'painel viral'

Redação TV Mais News

Foto: Reprodução
 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Cuiabá confirmou, nesta terça-feira (4), o registro de sete pacientes com coinfecção pelo vírus da Influenza, H3N2, e Covid-19 ao mesmo tempo. A condição, também chamada de Flurona, já atingiu pelo menos cinco estados brasileiros. Para a infectologista e pesquisadora Márcia Hueb, ainda é cedo para afirmar que esse tipo infecção represente maior gravidade, porém, a tendência é que haja mais registros, principalmente devido ao período de festas de fim de ano. 
 
Até o momento os números de infecção são baixos, porém, isso ocorre por conta da subnotificação dos casos de Influenza. “Isso que está sendo chamado de Flurona, é uma junção do nome dos dois vírus, da Influenza e do Corona. Ainda tem poucos casos já confirmados, mas isso deve ser basicamente porque se testa muito pouco, com aquele painel viral”, relata a pesquisadora ao Olhar Direto. 
 
O painel viral ao qual Márcia se refere, trata-se de uma metodologia de exame que é capaz de detectar o tipo de vírus respiratório que acomete um paciente, até mesmo se for o vírus Sars-Cov-2, da Covid-19. A partir dele, é possível determinar se uma pessoa está infectada com um ou outro vírus, ou ambos, como nos casos de Flurona. 
 
“Como isso é incomum, fazer esse tipo de teste, para múltiplos vírus, acaba que você tem pouco diagnóstico de coinfecção dessa, popularmente chamada, Flurona”, explica. Ainda conforme a infectologista, existem diversos fatores que podem ter contribuído para que a ocorrência da dupla infecção fosse registrada no Brasil. 
 
Entre eles, a pesquisadora pontua, por exemplo, as festas de fim ano, onde muitas pessoas viajaram para lugares que não respeitaram as medidas de distanciamento e demais medidas de biossegurança. Por conta disso, conta Márcia, a circulação de ambos os vírus, Covid-19 e Influenza, foi potencializada, e a tendência é que se torne cada vez mais possível a ocorrência de casos de Flurona. 
 
Outro fator determinante nesse cenário epidemiológico é também o descompasso entre pessoas vacinadas há mais e menos tempo contra a Covid-19, o que implica em diferentes níveis de eficácia de imunidade. Ainda segundo Márcia, aquelas que sequer se imunizaram contra a gripe em 2021 também se tornam vulneráveis. 
 
“Tem muita gente que não se vacinou para gripe este ano, até por ter ficado em casa. Isso faz com que aumente a frequência da Influenza, ela aumentou muito em relação aos outros anos e agora ainda com esse H3N2, um pouquinho diferente, [ficou pior]”, enfatiza. 
 
Ao mesmo tempo, a pesquisadora esclarece que o número de pacientes confirmados com o diagnóstico de Flurona é baixo para afirmar que a dupla infecção representa uma piora no quadro clínico dos pacientes. Ela também relembra que os registros feitos no país se manifestaram de forma leve e não grave. 
 
“Aqui no Brasil todos eram formas mais leves. Mas assim, não tem como dizer nesse momento que uma infecção pode agravar a outra. A tendência é que uma predomine sobre a outra, mas não se tem isso ainda claro”, opina. 
 
Casos em Cuiabá
 
O município de Cuiabá registrou, desde o mês de dezembro, a confirmação de sete casos de coinfecção entre H3N2 e Covid-19, sendo um de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, com internação, e seis com síndrome gripal. A pessoa que ficou internada foi uma mulher de 34 anos, em hospital particular, que já recebeu alta.
 
Segundo informações da SMS, por meio da Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis de Cuiabá, desde dezembro até esta terça-feira (4) foram registrados:
 
- 134 casos notificados de SRAG entre residentes em Cuiabá, sendo destes:
 
- 44 confirmados, sendo 33 por Influenza A, quatro por Influenza A H3N2, um por Influenza B, cinco por covid-19 e uma coinfecção por Influenza A H3N2 e Covid-19
 
Em relação aos moradores de outros municípios atendidos em Cuiabá, foram notificados 34 casos, sendo que oito foram confirmados para Influenza A, um para Influenza A H3N2 e dois para Covid-19.
 
Já nos casos mais leves, de síndrome gripal, dentre os residentes, foram registrados:
 
- 118 casos confirmados repassados pelos laboratórios à Vigilância, sendo:
 
- 88 por Influenza A, 21 por Influenza A H3N2, um por Influenza A H1N1 e um por vírus sincicial. Também houve seis coinfecções por Influenza A H3N2 e Covid-19 e uma coinfecção por Influenza A H3N2 e rinovírus.
 
Dentre os moradores de outros municípios atendidos em Cuiabá, houve 19 casos confirmados, sendo 16 por Influenza A, dois por Influenza A H3N2 e um por vírus sincicial. “Vale ressaltar que os casos de SRAG são aqueles cujos pacientes chegaram a ser internados, enquanto as síndromes gripais são ambulatoriais”, explica a SMS.
 
Além disso, somente os casos de SRAG são de notificação obrigatória, conforme protocolo do Ministério da Saúde. “A SMS segue atenta ao cenário e atuando com o Plano de Enfrentamento à Síndrome Respiratória Aguda Grave e à Síndrome Gripal, com atendimento em livre demanda nas unidades básicas de saúde para atender os casos leves e orienta a população que mantenha as medidas de prevenção, como a higienização constante das mãos, uso de máscara, distanciamento social e atualização da caderneta de vacinação”, completa a nota.
 
Recomendações 
 
Nesse cenário, a SMS enfatiza que recomendações de prevenção são importantes para prevenir a dupla infecção. Entre as medidas estão a lavagem constante das mãos, o uso de máscara e a recomendação de evitar aglomerações. As orientações são válidas para as duas doenças. Além disso, é fundamental manter a caderneta de vacinação atualizada com as doses contra a Covid-19 e contra a Influenza.
 
 
 
 
Fonte: OLHARDIRETO

 
 
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