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Testemunhas que depuseram na tarde desta terça-feira (31) no processo sobre o triplo atropelamento em frente à Boate Valley, em 2018, em Cuiabá, atestaram o estado de completa embriaguez da motorista, a biológa Rafaela Screnci.
Nesta terça-feira foi realizada a primeira audiência de instrução e julgamento da ação penal contra Rafaella. A sessão ocorreu de maneira virtual.
Rafaela atropelou e matou o cantor Ramon Alcides Viveiros e a estudante Myllena de Lacerda Inocencio. A também estudante Hia Girotto foi atingida mas sobreviveu.
A motorista responde por crime de homicídio, na modalidade de dolo eventual (por duas vezes), e homicídio tentado.
Umas das testemunhas, Mogar Meirelles, contou que interceptou o carro da bióloga, que tentou fugir após o acidente.
Ele afirmou que estava em um estacionamento próximo à Valley e percebeu o carro de Rafaela vindo em alta velocidade e, em seguida, o atropelamento.
“Eu fui atrás e consegui interceptar o carro”, disse.
Outra testemunha, o sargento da Polícia Militar Ednei Gustavo, que atendeu a ocorrência, falou sobre o estado de embriaguez de Rafaela. Segundo o PM, ela chegou a defecar na viatura após ser presa.
"Ela foi detida em frente ao Hotel Deville e levada até o local do acidente. Eu vi ela dentro da viatura. Ela estava de cabeça baixa. Mas algo que me chamou atenção foi o fato dela ter defecado no camburão", falou.
O policial militar Lyndolfo Tiago Oliveira Leite, que também atendeu ocorrência, afirmou que a bióloga estava completamente embriagada.
“Estava com olhos vermelhos, falando arrastado e com cheiro do álcool”, disse.
Abalada
Hya Girotto também deveria depor hoje, mas não conseguiu por estar bastante abalada e chorando.
A defesa da estudante pediu a dispensa do depoimento dela, que foi acatado pelo juiz Flávio Miraglia, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
Hya sentou na cadeira para ser ouvida pelo juiz já chorando muito.
A defesa da estudante afirmou que ela ainda não conseguia falar sobre o assunto, tendo em vista que perdeu sua melhor amiga no acidente.
O magistrado disse que é “visível” que a estudante ainda está muito abalada e a dispensou do depoimento.
Posteriormente, a defesa da bióloga insistiu que ela fosse ouvido em outra data. O magistrado determinou que o pedido seja feito por escrito e apresentado em até cinco dias.
O juiz marcou a próxima audiência do processo para o dia 4 de julho às 16h.
O acidente
Segundo a Polícia Civil, a bióloga seguia pela faixa de rolamento da esquerda da Avenida Isaac Póvoas quando, nas proximidades da Boate Valley Pub, atropelou os pedestres.
Com sinais de embriaguez, a mulher foi detida pela Polícia Civil e se negou a fazer o exame de “bafômetro”.
Diante disso, uma equipe da Polícia Civil elaborou ainda no local um “auto de constatação de embriaguez”, que aponta sinais aparentes de ingestão de álcool.
Ela foi conduzida para a Central de Flagrantes para a tomada de medidas criminais e administrativas.
Após ficar detida por um dia, a bióloga passou por audiência de custódia e foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 9,5 mil.
Fonte: MIDIANEWS
