Durante o programa Roda de Entrevista, na TV Mais - afiliada da TV Cultura- desta quinta-feira (03), o deputado eleito pelo União Brasil, ex-governador Júlio Campos falou sobre a suposta participação em um encontro em comemoração à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e negou que estivesse festejando o resultado do pleito.
Entre os presentes, estavam o senador Carlos Fávaro (PSD), o deputado federal cassado Neri Geller (PP) - coordenadores da campanha de Lula no Estado, o produtor rural Eraí Maggi e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Júlio, que durante a campanha declarou apoio a reeleição do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), teve imagens publicadas em redes sociais em que supostamente festejava a vitória do Lula. A polêmica ganhou "força" após sites mostrarem fotos dos irmãos Campos com lideranças da esquerda.
“Eu não fui a festa em comemoração da vitória do Lula. Eu recebi um convite, do meu compadre e amigo, ex-deputado Gilmar Fabris, que estava comemorando naquele dia, o seu aniversário em um restaurante. Fui lá, levei até um presente, achando que fosse realmente o aniversário do Gilmar, assim como o senador Jayme Campos [...]. Daí a pouco, estava encerrando a apuração dos votos, e o Lula sendo eleito presidente. Depois meia hora, chega o senador Carlos Fávaro, vestido camisa vermelha, com alguns amigos, no mesmo restaurante, comemorando. Como o Gilmar Fabris é do PSD, não vi nada de estranho”, explica.
O deputado disse ainda que apesar de apoiar o presidente Bolsonaro, ele respeita o voto democrático. “Independente de quem estiver lá, respeito o voto democrático. Eu fui bolsonarista, sou bolsonarista, votei no 22. Há quatro anos atrás, de camisa amarela, votei no 17”, declara.
Já sobre a gestão do atual presidente, Júlio diz ter se decepcionado com alguns comportamentos de Bolsonaro. “Não achei que o governo Bolsonaro foi o que eu gostaria que fosse, confesso. Tive inúmeras decepções com certos comportamentos anormais, irritado, sem protocolo do presidente Bolsonaro, no exercício da presidência da República. Mesmo assim, participei da sua reeleição, não só eu, mas minha família toda. Votando, ajudando e pedindo voto na minha campanha”.
Júlio Campos disse ainda, que não apoia manifestações antidemocráticas e que o Brasil não pode viver novamente sob o regime militar.
“Perdemos por dois milhões e cem mil votos, temos que entender que eleição é eleição. Ganha e tem que levar. Estamos em uma democracia. Sou contra qualquer retrocesso. Manifestação pedindo intervenção militar, não terá minha presença e nem meu apoio. No Brasil não cabe mais. Um país com mais de duzentos e tantos milhões de habitantes, com a nona economia do mundo, ainda pensar em ditadura militar. Eu vivi os dois regimes. Vivo o atual regime e vivi o regime militar [...]. Havia muita prosperidade, muito desenvolvimento, mas em termos políticos, foi muito duro", lembra.
Sobre o candidato petista ter sido eleito, Júlio Campos é enfático ao dizer que houve a disputa e se o Lula teve maior número de votos nas nas urnas, precisa ser empossado. Disse ainda, que quer ver um governo diferente das gestões anteriores do PT.
"Temos que reconhecer, acho que quem disputou e ganhou eleição, tem que ser empossado. Faço votos, que o presidente Lula tenha a partir de agora, neste seu terceiro mandato, um comportamento honrado, ético, moral. Sem corrupção, sem anarquia do tempo do PT, em que haviam invasões de terras, sem roubalheira da Petrobrás, da Eletrobrás e do Fundo De pensão. Deus queira que o Brasil não volte a ter aquele maldito período dos 14 anos do PT de Lula e Dilma”, finaliza.
