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08/12/2022 | 11:30

Senadores de Mato Grosso votam a favor de estouro de gastos de R$ 145 bi

A PEC é a principal aposta do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cumprir promessas de campanha

Redação TV Mais News

Senadores de Mato Grosso votam a favor de estouro de gastos de R$ 145 bi

Foto: Reprodução

Os três senadores de Mato Grosso votaram favoráveis ao texto base da PEC (proposta de Emenda à Constituição) da Transição, que aumenta o estouro do Teto de Gastos do País em R$ 145 bilhões para acomodar programas sociais para o futuro presidente Lula (PT). Foram favoráveis os senadores Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União) e Carlos Fávaro (PSD), cotado para ser ministro da Agricultura do petista.

O Senado manteve o texto da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em meio à pressão da oposição para reduzir o impacto e o prazo de duração. O placar foi de 64 votos a 16; eram necessários 49.

A proposta amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões em 2023 e 2024 para o pagamento do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) e libera outros R$ 23 bilhões para investimentos fora do teto em caso de arrecadação de receitasextraordinárias.


A PEC é a principal aposta do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cumprir promessas de campanha, como a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 e o adicional de R$ 150 por criança até seis anos. O valor reservado para o programa sem a PEC é suficiente apenas para o pagamento de R$ 405 por família.

Com o espaço de R$ 105 bilhões aberto no Orçamento de 2023, Lula espera recompor programas como Farmácia Popular e Minha Casa, Minha Vida, e reajustar o salário mínimo acima da inflação. A distribuição do montante, no entanto, será definida não só pelo governo eleito –como previa a proposta inicial–, mas também pelo Congresso.


O relator do texto, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou que o "dito mercado" reagiu bem à proposta que saiu da CCJ. Silveira reforçou o compromisso do governo eleito com o envio de um novo arcabouço fiscal até agosto do ano que vem, além de uma reforma tributária.

Podemos, PP e PL tentaram reduzir o prazo da PEC para um ano, mas a proposta acabou derrotada.

O texto que sai do Senado também permite que recursos parados nas contas do PIS/Pasep há no mínimo 20 anos sejam apropriados pelo Tesouro Nacional, e usados para bancar investimentos fora da regra fiscal que limita o crescimento das despesas.


Em agosto, a Caixa Econômica Federal informou que há R$ 24,6 bilhões em cotas do PIS/Pasep. A versão aprovada pelo Senado prevê gasto extra de R$ 168 bilhões -somando as cotas e outras emendas incluídas, a proposta pode liberar mais de R$ 200 bilhões para o futuro governo.


O aviso de apropriação dos recursos do PIS/Pasep deverá ser publicado no DOU (Diário Oficial da União). Caso o "eventual interessado legítimo" não reivindique o dinheiro dentro de 60 dias após a publicação no DOU, as contas serão encerradas. O interessado poderá pedir o ressarcimento à União no prazo de até cinco anos do encerramento das contas.

O dispositivo que inclui o PIS/Pasep não estava no relatório inicial de Silveira e foi incluído por sugestão do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), ex-líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado.


Bezerra afirmou à Folha de S.Paulo que a mudança é "neutra" do ponto de vista fiscal. 

Em acordo com líderes do Congresso e o PT, o relator deixou uma brecha para que a PEC também possa abrir espaço no Orçamento de 2022. No trecho que permite investimentos adicionais quando houver receitas extraordinárias, até o limite de R$ 23 bilhões, foi retirada a trava de que essa medida valeria apenas a partir de 2023.


Com isso, há margem para que o governo de Jair Bolsonaro (PL) libere emendas parlamentares que estão bloqueadas por causa do aperto fiscal. 

Silveira nega que tenha participado da negociação de emendas. Segundo ele, a antecipação foi incluída para que o governo atual consiga fechar as contas –o Ministério da Economia teme o risco real de que falte dinheiro inclusive para o pagamento de aposentadorias.


"Se nós não estivéssemos aprovando hoje nesta mesma PEC a possibilidade de o atual governo aproveitar R$ 20 bilhões para fechar o seu ano fiscal, esse governo teria um rombo fiscal, no seu limite, de R$ 16,8 bilhões", disse no plenário.

A PEC também tira do teto de gastos despesas das instituições federais de ensino custeadas por receitas próprias, de doações ou de convênios celebrados com demais entes da Federação ou entidades privadas.


A última versão do relatório apresentado por Silveira também amplia a medida para todas as instituições de pesquisa e para a Embrapa –o texto anterior mencionava apenas a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Doações feitas a fundos de meio ambiente também ficam de fora do teto.


(Com informações MídiaNews)
 
 
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