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25/04/2023 | 11:27

Donos de berçário são indiciados por quatro crimes

Criança autista foi obrigada a comer areia e esfregou fezes no rosto de outra

TV Mais News

Donos de berçário são indiciados por quatro crimes

Foto: Reprodução

O casal proprietário de um berçário e hotel infantil em Sorriso foi indiciado pela Polícia Civil por 4 crimes: tortura e castigo; ameaça; maus-tratos; e omissão perante a tortura. O inquérito policial foi concluído e encaminhado nesta segunda-feira (24.04) ao Poder Judiciário. O casal de 44 anos, identificado pelas iniciais M.D.C.D.O.L. e A.L., foi preso no dia 14 de abril.

A investigação apurou denúncias de maus-tratos, tortura mediante castigo e omissão cometidos pelo casal contra oito crianças de 0 a 5 anos, faixa etária atendida pelo berçário e hotel infantil.


Conforme a delegada Jéssica Assis, do Núcleo de Atendimento à Mulher, Criança e Idoso da Delegacia de Sorriso, dois episódios relatados no inquérito chamaram muito a atenção dos investigadores, cometidos contra duas crianças que ficavam no berçário. Em um deles, a proprietária do local teria esfregado a calcinha e fralda sujas de fezes no rosto das vítimas, a fim de puni-las por defecarem e doutriná-las conforme seu método.

Outro relato aponta que uma criança autista foi obrigada pela dona do berçário a comer areia, quando ela forçou um punhado de areia na boca da menor.

De acordo com a delegada, os elementos probatórios coletados ao longo da investigação apontam que o casal torturava as crianças de maneira explícita, convicto da impunidade de cometer os atos ilícitos há anos, sem que nenhuma medida fosse tomada.

“Estavam convictos nas manipulações que faziam com os pais das vítimas e seguros de que não seriam descobertos, porque a maior parte das crianças sequer conseguia falar, já que eram bebês”, pontua a delegada.

No decorrer do inquérito, a Polícia Civil ouviu nove ex-funcionárias do estabelecimento, que corroboraram as denúncias feitas pelos pais das vítimas e relataram ainda as ameaças feitas pelos donos do berçário.

“Os depoimentos são consistentes e confirmam diversas informações que levam à conclusão de que as violações ocorridas no local eram sistêmicas, contínuas e extremamente graves, a ponto de ter colocado em risco a vida de inúmeras crianças, há, no mínimo, quase quatro anos”, explica a delegada.

O estabelecimento atendia crianças entre zero e cinco anos de idade, no centro da cidade de Sorriso, e cobrava valores de até R$ 948 por criança.

Entre as agressões narradas pelas testemunhas há relatos de tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões contra as vítimas. A alegação era de os atos serviam para disciplinar as crianças. Mas, as agressões eram imputadas a outras crianças, pela proprietária da creche, quando questionada pelos pais.

Além disso, testemunhas e uma das vítimas relataram a existência de um “cantinho do pensamento”, que consistia em um corredor escuro, que dava acesso ao quarto da proprietária, onde ela trancava as crianças que se comportavam mal e as deixava sozinhas, por até duas horas.

O casal está preso em unidades prisionais da região Norte do estado.


(Com informações RepórterMT)
 
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