O advogado e suplente de vereador por Cuiabá, Licínio Vieira Almeida Júnior, 34 anos, foi preso na manhã dessa terça-feira (13) enquanto prestava depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), na Capital. O mandado de prisão foi cumprido por investigadores da Polinter.
Ele é investigado por esbulho possessório (invesão de terra) e conflito agrário em terras no Município de Luciara (1.051 km a nordeste de Cuiabá).
Licínio chegou a assumir uma cadeira no Legislativo municipal em março do ano passado, substituindo Pastor Jeferson (PSD), que saiu de licença.
Ele foi intimado a ser ouvido nesta terça-feira no Núcleo de Pessoas Desaparecidas em um procedimento investigativo aberto para apurar o desaparecimento de Gérson Alexandrino da Silva, de 51 anos, contratado no mês de maio pelo advogado para trabalhar em duas fazendas dele, no município de Luciara, em serviços gerais e de limpeza de áreas da propriedade.
O morador de Cuiabá desapareceu no início deste mês, na zona rural de Luciara. Os companheiros que foram contratados junto com ele e familiares do desaparecido já foram ouvidos na DHPP, em Cuiabá.
Após o cumprimento da ordem judicial, o advogado foi levado à Polinter para os procedimentos de praxe, sendo acionado o Tribunal de Defesa de Prerrogativas da OAB.
Desaparecimento
Na segunda quinzena de maio, o suplente chamou Gérson e mais duas pessoas, todas conhecidas de muitos anos e moradores do mesmo Bairro, para trabalhar nas fazendas dele na região Nordeste do estado com a limpeza de áreas e com trator.
Dois trabalhadores contratados informalmente junto com Gérson foram ouvidos em depoimento no NPD, e alegaram que no dia 30 de maio foram chamados para auxiliar o suplente de vereador a desatolar um veículo na estrada, que seguia sentido à cidade de Confresa.
Depois, retornaram à sede de uma das fazendas para buscar pertences do suplente e visitantes. Gérson havia ficado na propriedade e teria sido encontrado, aparentemente, embriagado.
Ainda conforme o depoimento, após auxiliarem os visitantes do suplente com o veículo na estrada, os dois trabalhadores retornaram à fazenda, na manhã do dia 1º de junho, e não viram mais Gérson.
Na hora, os dois colegas do desaparecido não deram muita atenção ao fato, pois pensaram que ele poderia estar pela propriedade. Já na tarde, começaram a procurá-lo e viram que seus pertences não estavam no quarto.
Após buscas a pé e de moto em toda a região da fazenda, que é uma área de varjão com capim alto, não conseguiram encontrá-lo.
Conforme a apuração preliminar do NPD, a versão apresentada pelos colegas da vítima não apresenta credibilidade. Isso porque mesmo dizendo que Gérson não foi encontrado na propriedade, nenhum deles chegou a registrar boletim de ocorrência para investigar o desaparecimento.
Somente quando retornaram a Cuiabá os dois colegas da vítima avisaram a família de Gérson sobre o desaparecimento. Foi então que a irmã da vítima procurou a 1ª Delegacia de Cuiabá e registrou a ocorrência, que foi encaminhada para apuração ao NPD, da Delegacia de Homicídios.