Em oitiva na Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, a ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Natasha, disse que não tinha conhecimento sobre a finalidade da verba indenizatória oriunda de seu cargo, e alegou ainda que não tinha acesso a como esse dinheiro era gasto e nem mesmo à prestação de contas. Ela também reafirmou que transferia os valores para a conta da parlamentar todos os meses, a pedido do marido da petista, Willian Sampaio.
 
“Eu achava que essa VI era destinada ao gabinete e caia na minha conta por eu ser chefe de gabinete, até porque no gabinete isso era tratado como verba do gabinete. Em nenhum momento a sua finalidade foi explicada para mim. O tempo todo essa VI era tratada como VI do gabinete”, relatou aos membros da Comissão e aos demais vereadores que acompanharam a oitiva na tarde desta quinta-feira (22).
 
Ela afirma que só veio a ter conhecimento sobre a real finalidade da verba indenizatória após ter sido exonerada do cargo. A ex-servidora do Parlamento Municipal ainda disse que nunca teve acesso a qualquer tipo de prestação de contas do gabinete.
 
Vale lembrar que Edna chegou a dizer na tribuna da Casa de Leis que prestava conta de todos recursos oriundos do gabinete, uma vez que seu mandato é coletivo.
 
“Não tinha acesso a como esse dinheiro era gasto, usado. Não tinha acesso a nenhuma prestação de contas com o que eles destinavam esse recurso. Eu ouvia por alto, comentários no gabinete [...], mas a movimentação do dinheiro mesmo eu não sei, não sei com que era gasto, eu só transferia e quem fazia a gestão desse dinheiro era o esposo dela”, colocou.
 
Por outro lado, confirma que fazia um relatório com os supostos gastos da verba de maneira “padronizada” para apresentar aos Recursos Humanos da Casa de Leis.
 
Laura foi ouvida no âmbito do processo disciplinar instaurado contra a Edna com base em uma denúncia de suposta rachadinha. A parlamentar teria recebido R$ 20 mil da ex-chefe de gabinete, referentes à verba indenizatória paga pela Câmara de Cuiabá aos servidores que ocupam tal cargo.

As transferências teriam sido realizadas no ano passado, a pedido do marido da vereadora, Willian Sampaio (PT). A servidora foi exonerada no final do ano passado, mesmo estando gestante e acabou sendo indenizada em R$ 70 mil. Ela ganhava R$ 7 mil de salário e mais R$ 5 mil de VI.

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