O prefeito de Diamantino, Manoel Loureiro Neto (MDB), alvo da “Operação Avaritia”, deflagrada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Competência Originária (Naco), foi flagrado em imagens conferindo uma quantia em dinheiro supostamente recebida como propina. As imagens fazem parte do material apresentado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE) em um pedido de busca e apreensão acatado pelo Tribunal de Justiça do estado.

A operação é resultado de um pedido do MPE que alega que o prefeito teria solicitado propina diversas vezes ao empresário Alesandro Souza de Carvalho. Esses valores, segundo a investigação, teriam sido exigidos por Manoel Loureiro Neto para autorizar e liberar os pagamentos devidos à empresa Construtora Alto Monte Ltda. Os pagamentos eram intermediados por Fernando Tenório Cavalcante dos Santos, motorista do prefeito.

As imagens divulgadas mostram o prefeito conferindo valores que, segundo a acusação, seriam propinas. O empresário Alesandro Souza de Carvalho colaborou com as investigações, fornecendo documentos e mídias audiovisuais que supostamente evidenciam os pedidos indevidos por parte do prefeito. Além disso, o empresário disponibilizou seu celular para a extração do histórico de conversas entre ele e o gestor municipal.

De acordo com o empresário, sua empresa venceu três licitações em Diamantino, mas a partir de 2022, o prefeito começou a exigir propina para agilizar e liberar os pagamentos das notas emitidas pela Construtora Alto Monte Ltda. Os pedidos começaram modestos sob a nomenclatura de ‘ajuda de custo’ e teriam evoluído para o equivalente a 10% de cada medição.

Para pressionar o empresário, o prefeito teria alegado supostas irregularidades nas licitações vencidas pela Construtora Alto Monte. Os registros visuais capturados pelo empresário também mostram o prefeito examinando valores que supostamente teria recebido como propina.

Embora o desembargador Rondon Bassil Dower Filho tenha acatado os pedidos de busca e apreensão e quebra de sigilo bancário, o afastamento do prefeito não foi concedido. O magistrado justificou que não houve comprovação de intenção de fuga, coação de servidores, intimidar o empresário ou uso contínuo da máquina pública para receber propinas.

Diante das provas reveladas e da investigação em curso, é possível que o mandato do prefeito seja cassado. O Núcleo de Competência Originária compartilhou as provas da investigação com a Câmara de Vereadores de Diamantino, abrindo a possibilidade de um pedido de abertura de processo para a cassação do mandato de Manoel Loureiro nos próximos dias.

Por meio de nota, o prefeito Manoel diz que não contribui com atividades ilegais e que repudia a atribuição dos atos denunciados pelo MPE à sua conduta.

Confira na íntegra

O prefeito Manoel Loureiro reafirma que não coopera ou contribui para atividades ilegais sejam por
quaisquer formas. Repudia a atribuição destes atos à sua conduta.

É importante esclarecer que o vídeo apresentado foi tirado do contexto e não reflete a realidade dos fatos.
Por isso mesmo, continua à disposição das autoridades para os devidos esclarecimentos em relação a seu
comportamento pessoal e enquanto figura pública, no intuito de restabelecer a verdade. Além disso,
aguarda o trâmite do inquérito em andamento no Ministério Público e se pronunciará no momento e foro
oportunos.

Na oportunidade, Manoel Loureiro Neto reafirma o compromisso com a transparência, a boa gestão do
dinheiro público, o cuidado com o cidadão e desenvolvimento de políticas públicas que fomentem o
desenvolvimento do município.

Manoel Loureiro Neto

ODoc