O deputado federal Abílio Brunini (PL), foi repreendido na manhã desta quinta-feira (24) pelo presidente da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos de 8 de janeiro, após ser flagrado tentando tumultuar a fala do deputado Duarte Junior (PSB-MA), que fazia questionamentos a Luís Marcos Reis, auxiliar do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

Em tom ríspido, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, ameaçou expulsar Abílio da sessão e declarou que o comportamento do parlamentar é frequente, visando ganhos eleitorais, uma vez que, se apresenta como pré-candidato a prefeito de Cuiabá nas eleições de 2024.

“Eu acho sinceramente a que Vossa Excelência faz isso para ter um tipo de ganho eleitoral para aqueles que votam no senhor. Mas eu não vou permitir que isso perdure. Peço que fique calado”, declarou.

Em seguida, o parlamentar maranhaense também protestou. "Toda vez é isso. É gritinho, manifestação, para tentar me atrapalhar”, disse Duarte Junior.

Posteriormente, o presidente da CPMI, Arthur Maia, claramente irritado, revelou que já manteve conversas com correligionários de Abílio a respeito de seu comportamento provocativo em relação aos demais colegas.

“Eu serei obrigado a solicitar que vossa excelência saia desse recinto, se continuar com essa maneira desrespeitosa. [...] Vossa excelência é de fato o deputado que mais tumultua esta reunião”, completou.

Abílio contestou a fala do presidente, mas sua fala não está audível no vídeo. O bate-boca é encerrado com o presidente da CPMI, Arthur Maia, proferindo novos alertas.

“Quando tiver a palavra, Vossa Excelência falará. Eu garantirei o seu tempo. Agora, eu não vou permitir que vossa excelência continue com essa atitude desrespeitosa com essa comissão. Fique calado, e espere a conclusão da fala dos demais”, concluiu.

Bate-boca nos corredores

Também nesta quinta-feira, Abílio Brunini (PL) se envolveu em um bate-boca com o senador Rogério Carvalho (PT-SE) nos corredores do Senado.

O estranhamento ocorreu após a primeira parte da sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de Janeiro.

Durante a sessão, Abílio foi acusado, nas redes sociais, de fazer um gesto atribuído a supremacistas brancos. O petista teria chamado sua atenção por conta disso.

Em vídeo gravado pelo site Metropóles, é possível ver Rogério acusando o parlamentar de Mato Grosso. “O senhor é um mentiroso contumaz e quando é pego na mentira, ele fica nervosinho”, disse.

Irritado, Abílio contesta as declarações do senador. “O senhor me acusou de supremacista. O senhor é um mentiroso”, disse segurando o celular.

À imprensa, minutos depois, Abílio justificou que o gesto flagrado pelas câmeras da TV Senado não tinha relação com supremacistas, e sim se referia ao número três.

“Eu pedi três minutos para o Duarte”, disse Abílio. “Essas matérias não são verdade. Esse tipo de atitude de sair inventando que eu fiz gesto, isso não é verdade. Não admito”, afirmou, irritado.

O deputado também afirmou que, ainda nesta tarde, registrará um boletim de ocorrência contra o senador.


“Estou indo Polícia fazer uma denúncia sobre isso. Farei um boletim de ocorrência sobre essa fake news, essa inverdade. É grave, e eu não admito esse tipo de atitude”, disse.