O governador Mauro Mendes (União Brasil) desferiu duras críticas sobre a ausência de infraestrutura no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá) durante audiência pública no Senado, nesta terça-feira (3). O encontro trata a transferência da administração da área do governo federal para o Executivo de Mato Grosso. O gestor apontou que o potencial turístico não é explorado de forma adequada por falta de investimentos. Mendes mencionou as 28 unidades de conservação integral e três de uso sustentável sob responsabilidade do Estado, sendo uma delas o Mirante de Chapada, que tem R$ 11 milhões reservados em conta para implementação de melhorias.
Segundo o governador, o objetivo de absorver o equipamento é para que haja equidade à região quanto às oportunidades econômicas geradas no interior a partir do turismo.
"A infraestrutura é pífia. Não tem infraestrutura nesse parque. Não tem produtos que possam atrair. Existe uma máxima que aquilo que você não usa, você não cuida. Nós precisamos fazer alguns investimentos, e é isso que estou pedindo e peço isso há algum tempo. Falamos com o ministro Ricardo Salles, Joaquim, já tive oportuinidade de falar com o governo federal do presidente Lula, ministra Marina Silva, ministro Rui e estivemos com os senadores mostrando isso, que nós temos o dinheiro para investir, queremos fazer esses investimentos e precisamos dessa autorização", declarou o governador aos membros da Comissão do Meio Ambiente do Senado.
Mendes destacou a vocação econômica da Baixada Cuiabana, que tem em seu entorno o Pantanal, Chapada dos Guimarães, região de Nobres (121 km de Cuiabá), Bom Jardim e o maior conglomerado urbano. "Em um raio de 150 km, nós temos vários potenciais turísticos que podem ser desenvolvidos", sinalizou Mauro. "Mas é uma das poucas regiões do Estado que não tem uma nova alternativa ecônomica como foram construídas no interior", lamentou.
Para sanar esse gargalo, a estratégia do governo de Mato Grosso foi repensar a utilização dos principais pontos turísticos. A unidade de conservação do Morro de Santo Antônio, em Santo Antônio de Leverger (33 km de Cuiabá), por exemplo, tem R$ 12 milhões alocados em projetos. A Gruta Azul, em Nobres, a meta é empenhar investimentos de R$ 15 mihões. A mesma quantidade será destinada ao Jardim Botânico, em Cuiabá, com efetivação de contratações.
"Só na Baixada Cuiabana, temos R$ 71 milhões de dinheiro disponível. São R$ 55 milhões do nosso Fundo Estadual do Meio ambiente e o restante de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) que foram feitas de compensações ambientais. Nós temos também, na Baixada Cuiabana, o chamado Parque Novo Mato Grosso. As obras já estão em andamento, são R$ 600 milhões. Será o maior Parque da América Latina em construção no Brasil", argumentou Mauro Mendes.
O governador reiterou que a intenção não é a de "ganhar dinheiro", conforme a proposta de concessão à iniciativa privada aberta pelo governo federal, que libera a cobrança de ingressos para utilizar a área, impondo o pagamento de R$ 100 por pessoa para utilizar as dependências. Além de não cobrar e investir na infraestrutura, Mendes também planeja ampliar o quadro de servidores.
"Nós estamos ampliando os quadros de servidores. Cada uma tem um gerente, algumas unidades têm uma estrutura um pouco maior. E o interesse no Parque de Chapada é que nós possamos explorar seus potenciais turísticos para incorporar esse conjuunto às ações que o governo já está fazendo e ter o retorno como pretendemos de nova alternativa econômica para a cidade", finalizou Mendes.
Hnt
