O projeto de lei que propõe um aumento nos salários dos vereadores em Cuiabá, elevando de R$ 18,9 mil para R$ 26 mil, está causando conflitos dentro da Casa de Leis. Após a vereadora Michelly Alencar (União Brasil) declarar ser contra, o presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), acusou a colega Michelly Alencar (União Brasil) de ser “hipócrita” por criticar o reajuste salarial.

Nesta terça-feira (19), o chefe do Legislativo Municipal destacou a discordância entre a postura pública de Michelly e suas ações nos bastidores. “Eu não gosto de hipocrisia. Se ela é contra, ela deve então abrir mão da diferença que vai ser aumentada, se for aumentada. Nós não podemos ser hipócritas. Vem para a imprensa, vem para a população, se posiciona de uma forma e nos bastidores age de outra”, disse.

Em entrevista à imprensa, a vereadora declarou que o município não está em uma situação favorável para realizar um aumento salarial. Ela mencionou as dificuldades financeiras enfrentadas por Cuiabá, incluindo cortes nas secretarias municipais.

“Por mais que não vá me beneficiar nesta legislatura, porque é para 2025 e  não sei se estarei aqui, eu sou contra. Não quero polemizar essa situação, mas eu tenho uma convicção muito clara, nós não estamos vivendo um momento adequado para aumento dos salários dos vereadores […] eu sou contra todos os cortes que aconteceram nas secretarias municipais, eu sou contra esse rombo que está acontecendo na gestão e tenho toda a convicção de dizer que a próxima gestão vai ter um desafio imenso. Se Cuiabá está precisando de nós nesse momento, eu não acho justo. Não concordo”, afirma a vereadora.

O projeto de lei, proposto pela Mesa Diretora, prevê que a partir de 1º de janeiro de 2025, o subsídio dos vereadores será de R$ 24,7 mil, aumentando para R$ 26 mil em fevereiro, além do pagamento do 13º salário até 20 de dezembro de cada ano. A justificativa da Casa é baseada na autorização da Constituição Federal para equiparar os salários dos vereadores aos dos deputados estaduais, que também tiveram aumento aprovado em 2022.

A proposta pode aprovada em primeira votação antes do recesso parlamentar, já na próxima sexta-feira (22).