O prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (PSB), criticou a Rumo, empresa responsável pela construção da ferrovia estadual, por alterar o traçado original para passar dentro da cidade.
Em novembro, o gestor havia embargado a obra no município após a Rumo apresentar o novo trajeto mostrando que a ferrovia passaria dentro do Bairro Maria Amália.
Pátio considerou a mudança um risco aos moradores e ao meio ambiente e retirou a certidão de uso e ocupação do solo para continuidade das obras.
Porém, na última sexta-feira (15), o juiz Aroldo José Zonta suspendeu a decisão administrativa do gestor, permitindo o retorno da construção da ferrovia com o traçado alterado.
“Não tem sentido mudar o traçado da rodovia para prejudicar uma cidade, por isso embargamos. Ela deveria fazer o acompanhamento do Anel Viário por fora da cidade e não entrar na cidade e ficar a 30 metros de um bairro humilde. E o risco das crianças? Isso não tem sentido”, afirmou.
Nas últimas semanas, a Rumo vem recebendo uma série de críticas, inclusive de deputados estaduais, justamente por desrespeitar o projeto feito com o Governo do Estado.
Na semana passada, os parlamentares da bancada de Rondonópolis se reuniram com a secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, para tentar suspender a autorização que permite a mudança de rota da ferrovia.
Para Pátio, além do risco e preocupação por parte dos moradores do Bairro Maria Amália, a mudança do traçado também será prejudicial, pois trará um prejuízo econômico ao Estado.
“Ela economiza em dinheiro, mas não economiza em tempo. No Estado de São Paulo, a ferrovia roda a 30km/h porque passa dentro da cidade. Então, por que não sair fora da cidade? Você gostaria que uma ferrovia cortasse Cuiabá?” questionou.
“Tem que respeitar o plano diretor do município e o nosso diz que não pode passar nada dentro da cidade. Somos favoráveis a ferrovia continuar, mas naquele ponto nós embargamos a obra”, completou.
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