O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou na manhã desta quinta-feira (1º), que o número de óbitos no Hospital São Benedito aumentou em quase 100% durante o período em que a unidade de saúde ficou sob administração do Gabinete de Intervenção.

O gestor convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta para apresentar a atual situação da Saúde após 10 meses de Intervenção. Segundo ele, a apresentação é apenas uma parte de uma espécie de “dossiê” que o município está produzindo sobre eventuais irregularidades cometidas pelo governo estadual.

Emanuel começou sua narrativa dizendo que o São Benedito foi transformado em uma Câmara de Gás, fazendo alusão à Segunda Guerra Mundial, onde milhares de judeus morreram no compartimento. O gestor disse que a unidade deixou de ter complexidade.

“O que aconteceu no passado para ter dobrado o número de óbito do São Benedito? Isso aí, talvez de tudo aquilo que foi apresentado até agora, talvez não.É o quadro mais dramático que vai merecer uma atuação enérgica, por isso que eu estou aqui”, declarou o prefeito.

Pioter Antonito, gestor assistencial do São Benedito, que tem 28 anos de trabalho na área de urgência e emergência, participou e acompanhou todo o processo e transformação da unidade durante a intervenção.

De acordo com Pioter Antonito, a unidade recebia pacientes em estado grave de Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) e policlínicas sem a correta regulamentação. “Eles ficavam lá para aguardar uma possível transferência a um hospital de referência. E o hospital não tinha suporte”, disse. 

O servidor relatou que o São Benedito possuía antes de a intervenção 112 leitos, entre 82 leitos de enfermaria e 30 leitos de UTI, 20 leitos regulados para o hospital de regulação para receber os pacientes de demanda aberta. E assim o hospital tinha uma referência, a referência era de uma cirurgia, ortopedia e alta complexidade.

“Em julho que houve a intervenção, teve essa mudança do perfil. O hospital deixou de ser um hospital de referência de alta complexidade e passou a ser um hospital regulado, porém, atendendo UPA e policlínica, com demanda aberta para todas as clínicas que pudessem ser atendidos lá. Porém, alguns pacientes bem graves, críticos, com patologias bem complicadas e não tinham suporte para atender esses pacientes naquela situação, que eram pacientes que vinham para uma enfermaria de hospital”, disse Pioter.

Ele acrescentou que os pacientes se encontravam em situações muito graves, e deveriam estar em uma enfermaria semi-intensiva, ou até mesmo para UTI. No entanto, o servidor acusa a intervenção de encaminhar os pacientes como clínicos, mesmo apresentando patologias diferenciadas como derrame pleural e bodeolismo.

“Eu não tenho dúvida depois que você falou, que transformaram o São Benedito em uma câmara de gás. E taí o resultado mais dramático de todo o relatório que tem mais de 500 páginas, com quase 100% do aumento do número de óbitos”, finalizou Emanuel.

Em nota o Gabnete de Intervenção disse que os números de atendimentos médicos, ambulatoriais e de UTIs tiveram aumento porque o Hospital São Benedito estava praticamente fechado.

Veja nota na íntegra: