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07/03/2024 | 11:09 - Atualizada em 07/03/2024 | 11:24

Câmara de Cuiabá adia votação de pedido de cassação de Emanuel

Segundo o MPMT, o afastamento de Emanuel se deve pelo fato dele ter construído nos últimos anos uma rede de influência

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Câmara de Cuiabá adia votação de pedido de cassação de Emanuel

Foto: Reprodução

A Câmara Municipal de Cuiabá adiou a votação que estava programada para a sessão ordinária desta quinta-feira (07) para definir uma comissão processante que pode resultar na cassação do mandato do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). O pedido do vereador Felipe Côrrea (Cidadania) foi lido na sessão anterior. Porém, a Procuradoria do Legislativo solicitou mais prazo para analisar a documentação.

O parlamentar protestou contra o adiamento. “Sou defensor que a Câmara de Cuiabá recupere sua imagem. Em um momento tão grave de afastamento do prefeito por ordem judicial motivada pela acusação de chefiar quadrilha que desvia dinheiro da saúde pública, o Legislativo precisa mostrar sua independência. São acusações graves e não podemos pagar pela omissão”.

A Procuradoria teria recebido os documentos na tarde de quarta-feira (06) e só deve ser concluído na sexta-feira (08). Dessa forma, é possível que o parecer chegue ao plenário da Câmara, na próxima terça-feira (12).

Na quarta-feira (6), a defesa de Emanuel entrou com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para ser reintegrado ao mandato. O pedido ainda não foi julgado pela presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Emanuel Pinheiro está afastado desde a última segunda-feira (4) acusado de liderar uma organização criminosa que causou uma ‘sangria dos cofres públicos, por meio de obtenção de benefícios ilícitos, com atuação sistêmica e duradoura dentro do Poder Executivo Municipal, causando danos imensuráveis ao erário’.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o afastamento de Emanuel se deve pelo fato dele ter construído nos últimos anos uma rede de influência dentro da suposta organização criminosa tendo o assessor executivo da Secretaria de governo, Gilmar de Souza Cardoso, como articulador operacional dos esquemas, e os ex-secretários de saúde, Célio Rodrigues da Silva e Milton Correa da Costa, como articuladores empresariais, já que seriam os responsáveis por utilizarem ‘laranjas’ para participarem de empresas que contratam de maneira ilícita com o ente municipal, ‘além de cumprirem ordens de Emanuel Pinheiro no sentido de direcionar valores referentes aos contratos para pagamento de compromissos financeiros indicados’.


O MP ainda justifica que o afastamento é necessário pelo grau de influência que o gestor teria dentro da Polícia Civil e na Polícia Federal, já que suspeitam de vazamento de informações e operações para o grupo. O Ministério Público também aponta que a organização criminosa da saúde, na qual o prefeito é acusado de chefiar, causou o rombo de R$ 216.052.804 aos cofres públicos.
 

Esse é o segundo afastamento de Emanuel Pinheiro. Em 2021 ele ficou 37 dias afastado por conta da Operação Capistrum, que também apurava irregularidades na saúde da capital. Ele conseguiu retornar ao cargo após uma liminar concedida pelo STJ, que depois rejeitou os recursos do MP. Na terça-feira (5), o prefeito afastado embarcou para Brasília sob o argumento de compromissos agendados anteriormente.
 
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