O governador Mauro Mendes (União) descartou a construção de uma nova rodovia como solução para o problema enfrentado no trecho do Portão do Inferno na MT-251, rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (62 km de distância). Conforme o governador, demoraria cerca de quatro anos entre a emissão de licenciamentos ambientais e as obras, o que não atenderia a urgência da situação da rodovia atual, que vem sofrendo com deslizamentos. 

Apesar de encurtar a distância percorrida entre Cuiabá e Chapada, a MT-030 exigiria a construção de um túnel ou de um viaduto na chegada da cidade turística.

"Fazer a MT-030, ela passa no entorno do Parque de Chapada dos Guimarães, portanto, passando 10 km vai demandar um EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) e um licenciamento no Ibama. Para elaborar um arrima dessa natureza, aproximadamente um ano. Para tramitá-lo no Ibama, se tudo correr maravilhosamente bem, mais um ano. Então, são dois anos. Uma obra dessa natureza, subindo morro, altitude de 200 metros e 800 metros de altura, morrarias vai demandar. Viadutos, grandes aterros, túneis, alguma coisa para vencer essa diferença de nível em um espaço curto, um esforço de engenharia gigantesco que deve levar aproximadamente dois anos. Se correr tudo muito bem. Então, estamos falando de quatro anos. Não é uma solução para um problema emergencial que pode ser resolvido em 120 dias", explicou o governador à imprensa nesta terça-feira (9). 

Mauro reiterou o corte do paredão da MT-251, no Portão do Inferno, como a medida mais viável para conter os desmoronamentos.  No mês passado, o governador apresentou um projeto para resolver o problema na 251.

“Essa semana vou cobrar novamente o Ibama. É um pedido emergencial e o mínimo que nós devemos esperar é uma resposta rápida, se sim ou se não. Porque se falar que não, vou também tirar aquela mobilização nossa e deixar o pau torar”, disse.

Por se tratar de uma obra no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, o governo necessita de autorização tanto do Ibama quanto do ICMBio para iniciar os trabalhos. A ideia é realizar o retaludamento do Portão do Inferno, uma forma de terraplanagem para construir uma estrada um pouco distante do precipício.

Mendes, que já se reuniu com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ainda aguarda o retorno do órgão federal. Na ocasião, Agostinho garantiu que irá dar a celeridade para agilizar o processo de licenciamento das obras.

Esta semana, um grupo de técnicos do governo de Mato Grosso deve se reunir com membros do ICMBio na Capital Federal para apresentar o projeto de obras.