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29/04/2024 | 16:13

Minerador alvo de atiradores em Peixoto de Azevedo nega ameaça a envolvidos

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Minerador alvo de atiradores em Peixoto de Azevedo nega ameaça a envolvidos

Foto: Reprodução

O ataque que deixou dois mortos e um ferido por arma de fogo em Peixoto de Azevedo (a 691 km de Cuiabá), foi destaque do Programa Fantástico deste domingo (28). Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 anos, que não resistiram, não tinham nenhum atrito contra os envolvidos, Inês Gemilaki, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, Márcio Ferreira Gonçalves e Eder Gonçalves Rodrigues. O minerador Erneci Afonso Lavall, o “Polaco”, que seria o alvo principal dos atiradores, nega ameaças aos suspeitos do crime.

Era para ser um fim de semana de festa na casa da família Lavall. “Na realidade, o meu aniversário era na segunda-feira e resolvi fazer um churrasco no sábado à noite. Fizemos. E no domingo, vamos fazer um almoço aqui e ficar por aqui”, disse o minerador ao contar como aconteceu.

Na tarde de domingo, os atiradores foram para um local da casa onde estavam reunidos os familiares de Polaco. Dez pessoas estavam na casa e uma criança dormia no quarto. Boa parte dos convidados estava em uma mesa, jogando cartas. No momento do ataque, o produtor rural descansava em um sofá.

Inês Gemilaki atirou contra o vidro e passou pelos estilhaços, entrou na sala, e começou a sequência de disparos. “Foi muito rápida, muito rápida, sem chance de defesa de ninguém, e não tínhamos para onde correr, as mulheres entraram na casa e outros se deitaram”, relata José Roberto Domingos, um dos sobreviventes.

Inês atira primeiro contra Rui Luiz Bogo, que era um conhecido dela. Ela chegou a olhar para a câmera e sorri no momento do ataque.

A ação dura cerca de dois minutos. Antes de deixar a casa, ela atira contra uma câmera de segurança, mas sem sucesso, A mulher, então, pede ao filho, Bruno, mas ele também não consegue atingir o equipamento. Eles vão embora, passam por uma loja de conveniência e compram água e refrigerante.

Horas antes do ocorrido, a pecuarista e o marido foram até a delegacia de Peixoto de Azevedo, que fica à cerca de 200 metros do local do crime, para registar um boletim de ocorrência contra os donos da casa, alegando terem recebido ameaças por causa da dívida antiga de aluguel.

Inês foi inquilina de “Polaco” por mais de um ano e morou na casa onde aconteceram os crimes. Segundo Polaco, ao devolver o imóvel, ela teria deixado dívida de aluguel, além de câmeras quebradas e outras avarias.

Em trocas de mensagens, Inês disse que consertaria o que havia danificado na residência, o que não aconteceu. Polaco resolveu levar o caso à justiça, mas não conseguiu responsabilizá-la pelos danos à casa.

Em conversa com a reportagem, o minerador conta que que como perdeu o processo, teria optado em não “esquentar a cabeça”. Ele alega, ainda, que nunca teria feito ameaças à Inês ou à família dela. “Eu nunca ameacei ela”, afirma Polaco.

Já Angelita Kemper, advogada de Inês, disse que sua cliente conta uma outra versão. “Ela relatava que sofria inúmeras ameaças por conta dessa ação, ao ponto de culminar, pela outra parte não ter gostado da decisão do juiz, que foi desfavorável a ele. Não aceitava que ia perder o valor”.

Questionada pela reportagem, a delegada Anna Marien disse que ainda não é possível saber a motivação do crime. “O que aconteceu entre o registro do boletim de ocorrência, e o início da ação criminosa. Essas 4, 5 horas de intervalo, o que motivou tudo o que aconteceu no domingo à tarde. Ou o registro do boletim de ocorrência já era algo planejado anteriormente? Nós não sabemos o que aconteceu. Precisamos aprofundar para chegar a real motivação desse crime”, disse.

Polaco e sua família pedem justiça: “Que ela pague pelo que fez. Ela, os filhos dela, o marido dela, o irmão do marido dela”.
“O que vai ficar dele [Pilson] agora? A saudade, as lembranças, os conselhos que ele me dava. A saudade de saber que eu nunca mais vou ver ele, isso é o que mais me dói. Meu filho pedindo ele a todo momento”, diz Raquel Soares, filha do idoso.
 
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