O governador Mauro Mendes (União) respondeu durante entrevista ao Roda Viva nesta segunda-feira (29), ao pedido de audiência feito pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), para debater a Saúde Pública de Cuiabá e a possibilidade de estadualização do Hospital Municipal (HMC).  Apesar de concordar com o encontro, Mauro disse que não recebeu nenhum pedido oficializando o pedido e que “audiência não se pede por vídeo”.

Na última semana, o prefeito da Capital gravou vídeo pedindo uma audiência com o governador para discutir o caos na Saúde municipal.

Ao ser questionado sobre a possibilidade, o governador se mostrou irritado com a forma como Emanuel fez o pedido, disse não ter recebido nenhum convite formal.

” Quem vem com mentira, com bravatas, audiência não se pede com vídeo na internet, se pede com ofício ou com uma ligação para o chefe de gabinete e até onde eu sei, isso não chegou lá”, afirmou. “Vamos ser sérios e trabalhar com seriedade, com seriedade eu recebo ele a qualquer momento”, completando.

O governador não deixou de alfinetar a gestão de Emanuel Pinheiro, lembrando os casos de corrupção investigados na gestão municipal, sobre a qual se referiu como ‘a pior da história de Mato Grosso’, e que tem dificuldades de dialogar com Emanuel.

“O problema do prefeito de Cuiabá é que ele teve 19 operações na prefeitura, é o recordista de operações no mandato. Como que a polícia faz 19 operações e o cara está correto? Não está correto. Todo mundo sabe o que está acontecendo em Cuiabá, está atolada em dívida, está atolada me buraco. É uma gestão que eu reputo como a pior da história dos 300 anos do estado de Mato Grosso. Eu tenho dificuldades, sim, de dialogar com esse tipo de político, mas dialogo, não tem problema “, disparou.

O governador ainda acusou o prefeito de ser o responsável pelo retorno do caos na Saúde da cidade. Mendes também refutou a hipótese de estadualização de hospitais e insistiu na intervenção na prefeitura. “Se quiser, faz uma intervenção na prefeitura que a gente coloca alguém decente lá dentro, alguém honesto que aí vai tocar a Saúde e a cidade”, encerrou.

Emanuel Pinheiro defende que todos os recursos do HMC são oriundos da gestão Municipal e da União, sendo que o hospital acaba atendendo pacientes de todo o Mato Grosso sem ao menos receber recursos da Secretaria Municipal de Saúde.

Já o conselheiro do TCE, Sérgio Ricardo vai além e defende a estadualização da Empresa Cuiabana de Saúde Pública.

Para Mauro Mendes, contrário a estadualização, este assunto está fora de questão, após o estado ter ficado responsável pelo Secretaria Municipal de Saúde da Capital por 10 meses em 2023, solucionando parte do problema.