A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza Assis Moura, decidiu manter a prisão preventiva do investigador de Polícia Civil Marcos Paulo Angeli, envolvido na Operação Diaphthora.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira,02, após análise do habeas corpus impetrado pela defesa do investigador.
Angeli é acusado de participar de um esquema de corrupção dentro da delegacia de Peixoto de Azevedo.
O esquema, que teria sido arquitetado e comandado pelo delegado Geordan Fontenelle, também envolveu a prisão deste último na mesma operação, deflagrada em 17 de abril.
A defesa do investigador alegou “constrangimento ilegal” na prisão preventiva, argumentando que o afastamento do cargo público e a proibição de frequentar a delegacia seriam suficientes para evitar a continuidade das condutas ilícitas atribuídas a ele.
No entanto, a ministra Maria Thereza Assis Moura negou o habeas corpus, alegando que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso ainda não havia examinado o mérito da questão.
Em sua decisão, a ministra destacou não encontrar ilegalidade na prisão preventiva que justificasse sua revogação.
Ela ressaltou a sensibilidade da matéria e a necessidade de maior reflexão, sugerindo aguardar o julgamento definitivo do habeas corpus pelo tribunal de origem antes de uma possível intervenção do STJ.
A Operação Diaphthora, conduzida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, revelou a existência de um verdadeiro “gabinete do crime” na Delegacia de Peixoto do Azevedo.
O delegado e o investigador são acusados de solicitar vantagens indevidas em troca da liberação de bens apreendidos, exigir pagamentos de “diárias” para hospedagem de presos e receber pagamentos mensais para influenciar procedimentos criminais em andamento na unidade policial.
Além disso, a investigação apontou a participação de advogados e garimpeiros da região no esquema.