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Notícias / Cidades

02/02/2018 | 10:04

Com chuva, fila de carretas na BR-163 chega a 30 quilômetros

O problema seria na “Serrinha do Moraes”, local onde a pista de terra é íngreme e bem escorregadia. As carretas carregadas não conseguem subir

O Livre

A colheita da safra de soja 2017/18 mal começou e os primeiros sinais de caos surgem em parte da BR-163, no Pará (PA). Depois de dois dias de chuva forte na região, o tráfego de carretas que saíram de Mato Grosso levando a soja até os portos do Arco-Norte foi interrompido. A fila formada por carretas carregadas de grãos chegou a 30 quilômetros. 

O motivo? A não conclusão do asfalto em um pequeno trecho próximo ao distrito de Moraes de Almeida, a cerca de 700 quilômetros de Sinop (MT). Em um dos vídeos enviados por internautas, um caminhoneiro relata a situação caótica em que se encontrava na última terça-feira (30), quando completou 48 horas parado “no meio do nada”. 

“Hoje completam dois dias que estou aqui. Tem gente que não conseguiu tomar banho. Eu consegui, percebi que tinha um corregozinho, escutei uma água caindo, fiz uma barreirinha e tomei banho lá”, disse. 

O motorista explica que não há atoleiros. O problema seria na “Serrinha do Moraes”, local onde a pista de terra é íngreme e bem escorregadia. As carretas carregadas, algumas com 57 toneladas, não conseguem subir. “Hoje choveu de novo, olha aqui a pista como está”, mostra no vídeo o caminhoneiro.

Foi neste mesmo trecho - em fevereiro de 2017 – que uma carreta carregada tombou travando todo o trânsito da BR-163. A falta de organização e a demora para a retirada do veículo e da carga, formou um cenário desolador onde cerca de 3 mil caminhões ficaram “ilhados” ao longo da rodovia no Pará. 

Em uma série de matérias especiais, O LIVRE acompanhou o drama de famílias inteiras, que pararam distante de municípios e acabaram ficando sem água, comida e até mesmo sem leite para crianças. 

À época, o diretor geral do DNIT nacional Valter Casemiro afirmou que pelo menos 60 quilômetros do trecho seriam pavimentados até o final de 2017. À reportagem ele explicou que não saberia informar “de cabeça” quantos quilômetros foram pavimentados desde então, mas justificou a interrupção do tráfego no local. 

“Temos equipes da Polícia Rodoviária Federal e do Exército monitorando a região e fazendo manutenção do trecho. Eles estão trabalhando com o sistema de “Pare e siga”. O trânsito é interrompido quando há chuva forte ou até a pista secar para que não haja formação de atoleiros”, explicou. 

A conclusão do asfaltamento da BR-163 até Santarém era uma obra do PAC1 e deveria ter sido concluída em 2010, mas diversos problemas fizeram com que - quase uma década depois - ainda restem 100 quilômetros para serem asfaltados dificultando o transporte de grãos até os portos do Arco Norte.

Só no último semestre de 2017, os portos do Norte do país foram responsáveis pelo embarque de mais de 19 milhões de toneladas de grãos, cerca de 24% da última safra nacional. A capacidade portuária (de embarque) desses portos alcança 40 milhões de toneladas.
 

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