Primeiro adversário do Corinthians na Libertadores, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília) em Bogotá, na Colômbia, o Millonarios deve ter um desfalque importante no banco de reservas.

Campeão da competição com o Boca Junios em 2007, contra o Grêmio, o técnico argentino Miguel Ángel Russo caiu nas graças da torcida millonaria ao conquistar o 15º título nacional do clube em dezembro. Ao mesmo tempo, gerou comoção por sua luta contra um câncer de próstata.

– O câncer que eu tinha já não tenho mais. Isso se cura com amor, nada mais – afirmou o técnico de 61 anos no dia 30 de janeiro, em entrevista coletiva.

Operado pela segunda vez no dia 2 de janeiro, em Buenos Aires, na Argentina, Russo regressou à Colômbia um mês depois e até reassumiu o time. Na última quinta, porém, foi hospitalizado pela segunda vez desde a volta. Em ambas, o problema foi uma infecção uninária.

No último sábado, a internação tirou o treinador da derrota por 2 a 0 a contra o Deportivo Cali, pelo Campeonato Colombiano. Segundo o departamento de imprensa dos Millos, a infecção urinária não tem relação com o câncer. Ele foi internado para fazer uso de medicação e está estável.

A ausência do técnico coloca a responsabilidade mais uma vez nas mãos do auxiliar Hugo Gottardi. Foi com ele que o time venceu o título da Superliga em 7 de fevereiro, contra o Atlético Nacional, enquanto o técnico estava internado pela primeira vez pela bactéria urinária.

No último dia 17, Miguel Russo voltou ao trabalho em jogo contra o mesmo Nacional, no El Campín. Das arquibancadas, ouviu gritos de "Russo! Russo!". Apoio que já havia chegado de todas as partes do futebol colombiano por redes sociais. Em Cali, o adversário exibiu uma faixa em solidariedade.

– O futebol é meu habitat, é o lugar em que me sinto cômodo. Agradeço pela expressão (de solidariedade) das pessoas – disse o treinador, há quase dez dias.

 Ex-meia do Estudiantes, onde atuou por 13 anos (entre 1975 e 1888) e com passagens pela seleção argentina, Russo iniciou a carreira de técnico no Lanús e tem passagens por vários clubes do país, como o próprio Estudiantes, Rosario Central, Vélez Sársfield, Boca Juniors, San Lorenzo e Racing.